2ª temporada,  Série

Livro vs Série – 2×08 – The Fox’s Lair

Animados para começar nosso Livro vs Série da segunda metade da segunda temporada? Vamos encontrar muitas adaptações na história, que serviram pra dar um sentido mais amplo a trama, e também para unificar alguns núcleos e narrativas. Cenas serão cortadas, outras serão adicionadas, mas muitos trechos serão fiéis. Vamos começar vendo o mudou no oitavo episódio.

Tivemos algumas grandes mudanças no episódio. Começamos como núcleo de Lallybroch. Na série, tivemos pouco menos de 1/3 episódio dedicado a volta do nosso casal para casa. No livro, eles retornam Jenny ainda está grávida de seu terceiro filho, e meses transcorrem até o início do levante. Temos diversos momentos fofos de família, do nosso casal, e também com a comunidade de Lallybroch. Com um tempo curto para série, que ainda vai cobrir todo o levante, cortes são naturais. Para dar um gostinho, vamos trazer um trecho sobre as batatas. Elas causaram estranheza para os inquilinos, então a primeira refeição foi comunitária e muito animada.

Confira:

— Ótimo. — Jamie lançou um olhar para o grupo de lavradores e suas mulheres, que passavam as batatas de mão em mão, examinando-as com ar de dúvida. Ele bateu palmas com força para chamar a atenção de todos.
— Vamos jantar aqui junto ao campo hoje — disse-lhes. — Vamos buscar um pouco de lenha para a fogueira, Tom e Willie, e a sra. Willie poderia trazer seu caldeirão? Sim, ótimo, um dos homens a ajudará a trazê-lo até aqui. Você, Kincaid — virou-se para um dos lavradores mais jovens e acenou para o pequeno aglomerado de cabanas sob as árvores. — Vá dizer a todo mundo, vamos comer batatas no jantar!
E assim, com a ajuda de Jenny, dez baldes de leite do barracão da leiteria, três galinhas do viveiro e quatro dúzias de alhos-porós grandes da horta, eu presidi a preparação de uma sopa e de batatas assadas para o senhor e os arrendatários de Lallybroch.
O sol já havia desaparecido no horizonte quando o jantar ficou pronto, mas o céu ainda estava claro, com veios vermelhos e dourados que atravessavam os galhos escuros do bosque de pinheiros na colina. Houve uma certa hesitação quando os camponeses ficaram cara a cara com a proposta adição à sua dieta, mas o ambiente festivo — ajudado por um pequeno e oportuno barril de uísque doméstico — superou quaisquer temores, e logo o terreno junto ao campo de batatas estava apinhado de figuras de comensais improvisados, arqueados sobre suas tigelas apoiadas nos joelhos.
— O que acha, Dorcas? — ouvi uma mulher perguntar à sua vizinha. — Tem um gosto meio estranho, não?
Dorcas, assim questionada, assentiu e engoliu antes de responder.
— É, sim. Mas o patrão já comeu seis dessas até agora e elas ainda não o mataram.
A reação dos homens e das crianças foi bem mais entusiástica, provavelmente devido às generosas porções de manteiga servida com as batatas.
— Os homens são capazes de comer bosta de cavalo se você servir com manteiga — disse Jenny em resposta a uma observação semelhante. — Homens! Uma barriga cheia e um lugar para dormir quando estão bêbados e isso é tudo que pedem da vida.
— Eu me pergunto por que você atura a mim e a Jamie — Ian a provocou ao ouvir —, já que pensa tão pouco dos homens.
Jenny balançou a concha da sopa descartando marido e irmão, sentados lado a lado no chão, perto do caldeirão.
— Ah, vocês não são “homens”.
As sobrancelhas arrepiadas de Ian ergueram-se e as de Jamie, mais espessas e ruivas, fizeram o mesmo.
— Ah, não somos, não? Bem, o que somos, então? — perguntou Ian.
Jenny voltou-se para ele com um sorriso, os dentes brancos cintilando à luz da fogueira. Deu um tapinha carinhoso na cabeça de Jamie e um beijo na testa de Ian.
— Vocês são meus — disse ela.

Outro trecho que mostra um pouco mais da ligação familiar traz uma briga entre Jamie e Ian, na qual ele acaba por revelar a seu cunhado sua história com Black Jack. Confira:

— Jamie — disse, após alguns instantes —, quem machucou Ian?
Ele não abriu os olhos, mas deu um longo suspiro antes de responder. No entanto, seu corpo não se enrijeceu em resistência; ele já esperava a pergunta.
— Fui eu — respondeu ele.
— O quê? — Larguei sua mão com o choque. Ele cerrou o punho e abriu-o, testando o movimento dos dedos. Em seguida, colocou a mão esquerda na colcha ao seu lado, mostrando-me os nós dos dedos ligeiramente inchados pelo choque contra as protuberâncias do rosto ossudo de Ian.
— Por quê? — perguntei, horrorizada. Eu podia ver que havia algo novo e tenso entre Jamie e Ian, embora não parecesse exatamente hostilidade. Eu não era capaz de imaginar o que teria feito Jamie bater em Ian; seu cunhado era quase tão ligado a ele quanto sua irmã, Jenny.
Os olhos de Jamie estavam abertos agora, mas não olhavam para mim. Ele esfregou as juntas dos dedos nervosamente, fitando-os. Fora a leve contusão nos nós dos dedos, não havia nenhuma outra marca em Jamie; aparentemente, Ian não reagira.
— Bem, Ian está casado há tempo demais — disse ele, na defensiva.
— Eu diria que você ficou no sol tempo demais — observei, fitando-o —, exceto que não há sol. Está com febre?
— Não — disse ele, desviando-se de minha tentativa de colocar a mão em sua testa. — Não, é que… pare com isso, Sassenach, eu estou bem. — Cerrou os lábios, mas depois desistiu e contou-me toda a história.
Ian havia de fato quebrado a perna ao pisar num buraco de toupeira perto de Broch Mordha.
— Já era quase noite, tínhamos muita coisa a fazer na vila, e nevava. Dava para perceber que Ian estava sofrendo com sua perna, embora ele ficasse insistindo que conseguia viajar. Bem, havia duas ou três cabanas próximas, então eu o coloquei sobre um dos pôneis e o levei encosta acima para pedir abrigo e passar a noite.
Com a característica hospitalidade das Terras Altas, tanto o abrigo quanto o jantar foram oferecidos com entusiasmo e, após uma tigela quente de sopa e bolo de aveia fresco, os dois visitantes foram acomodados num colchão de palha junto ao fogo.
— Quase não havia espaço para estender uma colcha junto à lareira e nós ficamos um pouco apertados, mas nos deitamos lado a lado e nos ajeitamos da melhor forma possível. — Respirou fundo e olhou para mim timidamente.
— Bem, eu estava exausto da viagem e dormi profundamente, e suponho que Ian fez o mesmo. Mas ele tem dormido com Jenny todas as noites nos últimos cinco anos e, suponho, tendo um corpo quente a seu lado na cama… bem, no meio da noite, ele rolou para o meu lado, passou o braço por cima de mim e me beijou na nuca. E eu… — hesitou, e eu pude ver o profundo rubor que inundou seu rosto, mesmo à luz cinza do quarto clareado pela neve — eu acordei de um sono profundo, achando que ele era Jack Randall.
Eu havia prendido a respiração durante todo o relato; agora a soltava lentamente.
— Deve ter sido um choque terrível — comentei.
Jamie contorceu um dos lados da boca.
— Foi um choque terrível para Ian, acredite — disse ele. — Virei-me e dei-lhe um soco no rosto e, quando finalmente despertei por completo, eu estava em cima dele, estrangulando-o, a língua dele para fora. Foi um choque para os Murray na cama também — acrescentou, pensativo. — Eu disse a eles que tivera um pesadelo… bem, de certa forma, eu tive mesmo… mas o incidente causou um grande tumulto, com as crianças berrando e Ian engasgado a um canto, e a sra. Murray sentada completamente ereta na cama, perguntando: “Quem? Quem?”, como uma coruja pequena e gorda.
Ri diante do quadro, a despeito de mim mesma.
— Ah, meu Deus, Jamie. Ian ficou bem?
Jamie encolheu os ombros ligeiramente.
— Bem, você o viu. Todos voltaram a dormir, após algum tempo, e eu apenas fiquei deitado diante do fogo pelo restante da noite, fitando as vigas do teto. — Ele não ofereceu resistência quando peguei sua mão esquerda, acariciando levemente os nós dos dedos feridos. Seus dedos fecharam-se sobre os meus, segurando-os. — Depois, quando partimos na manhã seguinte — continuou ele —, esperei até chegarmos a um lugar onde pudéssemos sentar e avistar todo o vale lá embaixo. Então — ele engoliu em seco e sua mão apertou ligeiramente a minha —, eu lhe contei. Sobre Randall. E tudo que aconteceu.
Comecei a compreender a ambiguidade do olhar que Ian lançara a Jamie. E agora compreendia a expressão exausta no rosto de Jamie, e as olheiras. Sem saber o que dizer, apenas apertei suas mãos.
— Nunca pensei que iria contar isso a alguém um dia… exceto você — acrescentou ele, devolvendo o aperto na mão. Sorriu brevemente, depois libertou uma das mãos para esfregar o rosto. — Mas Ian… bem, ele… — hesitou em busca da palavra certa. — Ele me conhece, sabe?
— Eu sei. Vocês se conheceram a vida inteira, não é?
Ele confirmou com um gesto de cabeça, olhando vagamente pela janela. A neve girando em redemoinhos começara a cair outra vez, pequenos flocos dançando contra a vidraça, mais brancas do que o céu.

Vamos agora para a trama que ocupou a maior parte do episódio: Lord Lovat. A primeira adaptação ocorre na timeline. Originalmente, Jamie vai até o avô pedindo reforços em nome do príncipe Charles quando o conflito já está adiantado. Algumas batalhas e conquistas já tinham ocorrido quando o Bonnie Prince pediu que nosso highlander amado viajasse para o norte e trouxesse reforços de sua família. Outra mudança foi o tempo que levou para Jamie convencer o avô, cerca da dois meses, e não poucos dias. Toda a sequencia que temos a participação de Colum foi um adicional da série, para criar um cenário e aquele bom drama, assim como Laoghaire. A garota só volta no livro 3. Por fim o jovem Simon, que não é tão inocente e bobinho como na série, mas sim uma jovem raposa, honrando suas raízes, e que, após certo atrito inicial, ficou ao lado de Jamie para conquistar o apoio de Lord Lovat para o levante. Confira uma discussão acalorada entre os Frasers:

O comportamento do Velho Simon não se alterou muito nas duas ou três semanas seguintes, mas eu imaginei que Maisri tivesse mantido sua intenção de contar-lhe sobre suas visões. Enquanto ele parecia, até então, a ponto de convocar seus arrendatários e colonos para sair em marcha, acabou por recuar repentinamente, dizendo que não havia pressa, afinal. Esse adiamento enfureceu o Jovem Simon, que estava mordendo os freios de impaciência para ir à guerra e cobrir-se de glória.
— Não é uma questão urgente — disse o Velho Simon, pela centésima vez. Ergueu um pão de aveia, cheirou-o e colocou-o de volta na mesa. — Talvez seja melhor esperarmos o plantio na primavera.
— Eles já poderão estar em Londres na primavera! — O Jovem Simon olhou colericamente para seu pai do outro lado da mesa de jantar e estendeu a mão para pegar a manteiga. — Se você mesmo não quiser ir, então me deixe levar os homens para nos unirmos a Sua Alteza!
Lorde Lovat rosnou.
— Você tem a impaciência do diabo em pessoa — disse ele —, mas não tem a metade de seu juízo. Nunca vai aprender a esperar?
— A hora de esperar já passou há muito tempo! — irrompeu Simon. — Os Cameron, os MacDonald, os MacGillivray, todos estão lá desde o primeiro instante. Vamos chegar no final, encolhidos de medo, como suplicantes, ficando atrás de Clanranald e Glengarry? Grande chance você terá de um ducado então!
Lovat possuía uma boca larga e expressiva; mesmo na velhice, ela conservava traços de humor e sensualidade. Nenhum dos dois era visível no momento. Ele pressionava os lábios com força, examinando seu herdeiro sem entusiasmo.
— Case-se com pressa e vai se arrepender devagar — disse ele. — E isso é mais verdade ainda na escolha de um chefe do que de uma garota. De uma mulher é possível se livrar.
O Jovem Simon resfolegou e olhou para Jamie em busca de apoio. Nos últimos dois meses, sua desconfiada hostilidade inicial esvaíra-se num respeito relutante pela óbvia competência de seu parente bastardo na arte da guerra.
— Jamie diz que… — começou ele.
— Sei muito bem o que ele diz — interrompeu o Velho Simon. — Ele já repetiu muitas vezes. Tomarei minha decisão no devido tempo. Mas não se esqueça, rapaz: no que diz respeito a você se declarar em uma guerra, pouco se perde em esperar.
— Esperar para ver quem vence — murmurou Jamie, limpando o prato diligentemente com um pedaço de pão. O velho lorde levantou os olhos abruptamente, mas evidentemente decidido a ignorar essa contribuição.

Como na série, a história da vidente também é presente no livro, porém fica em segundo plano. Claire acaba por interferir na decisão final da velha raposa, diagnosticando uma doença que aflige o velho Simon. Com a enfermidade como desculpa para não se envolver pessoalmente, ele envia o filho e homens para a batalha. Confira:

— “…e em consequência da lamentável enfermidade que me impede de atender pessoalmente a Vossa Alteza, envio pelas mãos de meu filho e herdeiro uma prova da lealdade”, não, substitua por “apreço”, “uma prova do apreço que há muito nutro por Vossa Majestade e Vossa Alteza”. — Lorde Lovat parou, franzindo a testa para o teto.
— O que devemos mandar, Gideon? — perguntou ao secretário. — Que pareça suntuoso, mas não tanto que eu não possa dizer que se trata apenas de um presente insignificante de nenhuma importância.
Gideon suspirou e limpou o rosto com um lenço. Um homem de meia-idade, robusto, com cabelos rareando e bochechas vermelhas e gorduchas, ele obviamente achava opressivo o calor da lareira do quarto.
— O anel que o senhor ganhou do conde de Mar? — sugeriu ele, sem esperança. Uma gota de suor caiu de seu queixo duplo na carta que escrevia e ele a enxugou disfarçadamente com a manga.
— Não é suficientemente caro — julgou lorde Lovat — e carrega muitas associações políticas. — Os dedos salpicados de pintas tamborilavam pensativamente sobre o cobertor enquanto ele pensava.
O Velho Simon havia se esmerado, pensei. Usava seu melhor camisão de dormir e estava recostado na cama com uma impressionante panóplia de remédios dispostos sobre a mesa, providenciados por seu médico pessoal, dr. Menzies, um homem baixinho com os olhos apertados, que ficava me examinando com considerável ar de dúvida. Suponho que o velho lorde simplesmente não confiava nos poderes de imaginação do Jovem Simon e montara aquela elaborada cena teatral para que seu herdeiro pudesse relatar com credibilidade o estado de decrepitude de lorde Lovat quando se apresentasse a Charles Stuart.
— Ah — exclamou o Velho Lovat com satisfação. — Enviaremos o faqueiro de piquenique de ouro e prata. É bastante rico, mas frívolo demais para ser interpretado como apoio político. Além do mais — acrescentou de modo prático —, a colher está defeituosa. Muito bem, então — disse ao secretário —, vamos continuar com: “Como é do conhecimento de Vossa Alteza…”
Troquei um olhar significativo com Jamie, que disfarçou um sorriso em resposta.
— Acho que você deu a ele o que ele precisava, Sassenach — dissera-me ele enquanto nos despíamos após nosso fatídico jantar na semana anterior.
— E o que foi? — perguntei. — Uma desculpa para molestar as criadas?
— Duvido que ele se preocupe muito com desculpas desse tipo — disse Jamie secamente.
— Não, você lhe deu um jeito de caminhar dos dois lados, como sempre. Se ele tem uma doença aparentemente importante e que o mantém na cama, então não pode ser culpado por não comparecer em pessoa com os homens que prometeu. Ao mesmo tempo, se ele envia seu herdeiro para a guerra, os Stuart darão a Lovat o crédito de ter cumprido a palavra e, se tudo der errado, a Velha Raposa alegará aos ingleses que ele não pretendia dar nenhuma ajuda aos Stuart, mas que o Jovem Simon seguiu em frente por conta própria.
— Soletre “prostatite” para Gideon, por favor, dona. — chamou-me lorde Lovat, interrompendo meus pensamentos. — E trate de escrever isso corretamente, idiota — disse ele ao secretário —, não quero que Sua Alteza interprete errado.
— P-r-o-s-t-a-t-i-t-e — soletrei devagar, em favor de Gideon. — E como está hoje de manhã, por falar nisso? — perguntei, aproximando-me e parando junto à cama do Velho Simon.
— Muito melhor, obrigado — disse o velho lorde, rindo para mim com grande exibição de dentes falsos. — Quer me ver mijar?
— Agora não, obrigada — recusei educadamente
.”

Você me pergunta, mas ele não queria Lallybroch, como na série? Sim essa parte foi fiel, e Jamie não deu o braço a torcer, buscou outros meios e argumentos para convencer o avô. No entanto, velho Simon não é chamado de velha raposa atoa, ele tentou subjugar Lallybroch até quando concordou em ajudar. Mas Jamie, sendo esperto e já esperando algo do avô impediu seus planos de novo. Confira as artimanhas:

Olhei para a coluna de homens do clã que vinha atrás.
— Duzentos homens causam uma impressão considerável.
— Cento e setenta — corrigiu-me Jamie distraidamente, pegando as rédeas de seu cavalo.
— Tem certeza? — perguntei, curiosa. — Lorde Lovat disse que estava enviando duzentos homens. Eu o ouvi ditando a carta e afirmando isso.
— Bem, não enviou. — Com uma guinada do corpo, Jamie montou na sela, em seguida ficou de pé sobre os estribos, apontando para baixo da encosta à frente, para o ponto distante onde o estandarte dos Fraser com a cabeça de veado em seu brasão tremulava à frente da coluna. — Contei-os enquanto a esperava — explicou ele. — Trinta homens montados lá na frente com Simon, depois cinquenta com espadas largas e escudos, que são os homens da Guarda local, e atrás os colonos, com todo tipo de arma, de foices a martelos, em seus cintos, e esses são noventa.
— Suponho que seu avô esteja apostando que o príncipe Charles não irá contá-los pessoalmente — observei cinicamente. — Tentando receber o mérito de ter mandado mais homens do que de fato mandou.
— Sim, mas os nomes entrarão nas listas do exército quando chegarem a Edimburgo — disse Jamie, franzindo o cenho. — É o que vou ver. […]
— O velhaco nojento — disse ele sem nenhuma cerimônia.
— O que ele fez? — perguntei.
— Relacionou os nomes de meus homens em suas próprias listas — disse Jamie. — Como se fizessem parte do seu regimento Fraser. Verme miserável! — Seus olhos deslizaram pela trilha acima. — Pena que já tenhamos chegado até aqui; estamos longe demais para voltar e confrontar o impostor desgraçado.
Resisti à tentação de incentivar Jamie a continuar xingando o avô e, em vez disso, perguntei:
— Por que ele faria isso? Só para fazer parecer que estava dando uma contribuição maior aos Stuart?
Jamie assentiu, a onda de fúria diminuindo ligeiramente de suas faces.
— Sim, isso mesmo. Dar uma impressão ainda melhor, sem custo algum. Mas não apenas isso. O velho canalha ordinário quer tomar minhas terras de volta, é o que quer desde que foi obrigado a abrir mão delas quando meus pais se casaram. Agora ele acha que se tudo der certo e ele for nomeado duque de Inverness, poderá alegar que Lallybroch sempre foi dele e eu apenas um arrendatário, a prova sendo que ele levantou homens da propriedade para atender ao apelo dos Stuart aos clãs.
— Ele realmente pode escapar impune de algo assim? — perguntei, em dúvida.
Jamie inspirou fundo e soltou o ar, a nuvem de vapor de seu hálito erguendo-se como fumaça das narinas de um dragão. Ele sorriu com raiva e bateu de leve na bolsa à sua cintura.
— Agora, não, não pode — disse ele.

Chegamos ao fim de mais um comparativo. Notamos que trazer do livro para série não é tão simples. Apesar das mudanças, muitas são compreensivas para dar maior base e sentido nas decisões tomadas pelos personagens. E você, Sasse, gostou? Comente!

Encontrou algum erro?
Por favor, nos informe pelo e-mail outlanderlsbrasil@gmail.com

Conheça nossas redes sociais

Canais que produzimos conteúdo

Deixe uma resposta