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Daily Line: Luz Azul

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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“Você já viu pessoalmente uma, nighean?” Jamie perguntou quando eu terminei. “Uma luz azul, como eles dizem?”

Eu senti um leve, mas profundo arrepio que não tinha nada a ver com o ar frio. Eu desviei o olhar para um passado já enterrado. Ou um passado que eu tentei enterrar.

“Eu… bem, sim,” eu disse e engoli em seco. “Mas achei que estava alucinando na ocasião, e é bem provável que estivesse. Eu tenho certeza de que estava morrendo naquele momento e a morte iminente pode muito bem alterar as percepções de uma pessoa.”

“Ah, pode sim,” ele disse secamente. “Mas não dá para dizer que o que você vê neste estado não seja verdade.” Ele olhou atentamente para o meu rosto, considerando o que dizia. “Você não precisa me contar,” ele disse baixinho, tocando o meu ombro. “Não há motivos para reviver essas coisas, a menos que as lembranças voltem por vontade própria.”

“Não,” eu respondi um pouco rápido demais. Eu limpei a garganta e me concentrei na minha mente e na minha memória. “Eu não vou fazer isso. O caso é que eu tive uma infecção muito forte e, e o Mestre Raymond…” Eu não estava olhando na sua direção, mas pude sentir que ele ergueu a cabeça ao ouvir aquele nome. “Ele veio e me curou. Eu não tenho a menor ideia de como ele fez isso, e eu não estava pensando… em nada… de forma consciente. Mas, eu vi … “Eu esfreguei a mão levemente sobre meu antebraço e pude vê-la novamente. “Era azul, o osso dentro do meu braço. Não era um azul forte, nada disso…” Eu apontei para a montanha onde o céu noturno acima das nuvens havia adquirido a cor de esporinhas. “Era um azul claro e bem suave. Mas ela realmente … brilhar não é exatamente a palavra certa, mas estava … viva.”

Era o que tinha acontecido. E eu tinha sentido a luz azul se espalhar pelos meus ossos, através de todo o meu corpo. E senti a explosão dos micróbios no meu corpo morrendo como estrelas.

A lembrança daquela sensação eriçou os pelos dos meus braços e do meu pescoço e me preencheu com uma sensação de bem-estar, como mel quente sendo mexido.

Um grito selvagem vindo do bosque acima interrompeu o momento e Jamie virou-se, sorrindo.

“É o pequeno Oggy. Parece um gato da montanha caçando.”

“Ou, possivelmente, uma sirene de um ataque aéreo, dependendo da sua referência.” Eu fiquei de pé e limpei a grama da minha saia. “Acho que é a criança mais barulhenta que já vi.”

Como se o grito tivesse sido um sinal, eu ouvi piados vindos do vale e um bando de crianças irrompeu por entre as árvores perto do riacho seguidas por Bree e Roger que caminhavam devagar, um com a cabeça inclinada na direção do outro, compenetrados no que parecia ser uma conversa bastante alegre.

“Eu vou precisar de uma casa maior,” disse Jamie, pensativamente.

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 27/01/2018

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