6ª Tempoarada,  Série,  Sexta Temporada

Livro vs Série – 6×01 – Echoes

“Eu voltei agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei” ?????

Voltamos meu povo lindo! Voltamos! Depois de uma longa droughtlander, a mais longa da série. Foram praticamente dois anos sem episódios inéditos da nossa querida e amada Outlander! Nesse tempo, eu sei que a série ganhou muitos novos fãs, por isso se você é novo aqui, seja bem vinde! Se você já acompanhava a gente, então bora matar as saudades! Aqui nessa coluna você vai encontrar análises apontando as principais diferenças narrativas entre a série e livro. Coisas que fazem a diferença e merecem nossa atenção, tantos positivas, quanto negativas. Ah! E por vezes vou me referir a você leitor(a) como Sassenach. Nosso público é predominantemente feminino, porém a palavra Sassenach não tem gênero, logo, sintam-se todos incluídos!

O primeiro episódio já começou bem, com belo ‘relembrando’ da última temporada, passando por todos os fatos relevantes, acompanhado por uma bela narração de nossa Claire. Uma curiosidade, vocês podem ter reconhecido última frase dessa introdução: “E, se o Tempo se parece com Deus, imagino que a Memória deva ser o Diabo.”, que faz parte do prólogo do sexto livro, e já havia sido utilizada na séria, no episódio 5×05 – Perpetual Adoration.

Depois já caímos de paraquedas em um flashback, que nos leva para a prisão de Ardsmuir. Antes que vocês perguntem “cadê o John?”, a cena nos leva alguns anos antes do nosso amado lorde assumir o local, mas precisamente na época que Jamie foi enviado para lá. Tudo para mostrar como Jamie e Tom Christie se conheceram no passado. No livro, assim como na série, quem recebe os Christies em Ridge é o Roger, porém isso ainda ocorre no livro 5. Roger percebe uma certa tensão de Jamie com seu novo arrendatário, o que o leva a conversar outro dos homens de Ardsmuir pra entender todo o contexto. Foi essa conversa que foi traduzida para o formato de flashback, com algumas poucas alterações. Christie já tinha estabelecido sim certa liderança entre os prisioneiros protestantes, mas não tinha uma relação com o comandante, como na série. A chegada de Jamie fez os homens se voltarem naturalmente pra ele, pois ele já era um líder, mesmo não querendo ser. Isso gerou conflitos, como a série bem apresentou. A maçonaria também foi a solução desses problemas no livro, porém levou mais tempo, de ocorreu de forma mais discreta. As mudanças são compreensíveis para trazer um quadro mais claro para a série. Vamos trecho? Um pouco sobre como começou a maçonaria entre os prisioneiros de Ardsmuir:

“– Assim, uma noite, Mac Dubh voltou para nós, bem tarde – disse Kenny. – Mas em vez de se deitar para descansar, ele nos chamou; eu e meus irmãos, Gavin Hayes, Ronnie Sinclair… e Tom Christie.
Fraser acordara silenciosamente os seis homens e os levara para perto de uma das poucas janelas da cela, onde a luz do céu noturno pudesse iluminar seu rosto. Os homens se reuniram ao redor dele, com os olhos pesados e o corpo dolorido depois do dia de trabalho pesado, perguntando-se o que aquilo poderia significar. Desde o último pequeno confronto – uma briga entre dois homens por causa de um insulto sem importância –, Christie e Fraser não haviam trocado uma palavra, cada um em seu canto.
Era uma amena noite de primavera, o ar ainda estava fresco, mas cheirava a plantas novas que brotavam na charneca e ao sal do mar distante; uma noite para fazer um homem querer correr livre pela terra e sentir o sangue circulando em suas veias. Cansados ou não, os homens despertaram, atentos e alertas.
Christie estava alerta; olhos arregalados e vigilantes. Lá estava ele, cara a cara com Fraser e cinco dos seus maiores aliados – o que eles queriam? Era verdade que estavam em uma cela com cinquenta outros homens adormecidos, e alguns deles iriam em socorro de Christie se ele chamasse; mas um homem poderia ser espancado ou morto antes que alguém sequer se desse conta da ameaça.
De início, Fraser não disse nada, mas sorriu e estendeu a mão para Tom Christie. O outro hesitou por um momento, desconfiado, mas não havia escolha, no fim das contas.
– Era de se pensar que Mac Dubh tinha um raio na mão, pela maneira com que o choque percorreu o corpo de Christie.
A mão de Kenny abriu-se sobre a mesa entre eles, a palma calejada e áspera. Os dedos curtos e grossos se curvaram, fechando-se devagar, e Kenny balançou a cabeça, abrindo um sorriso amplo que enrugou seu rosto.
– Não sei como Mac Dubh descobriu que Christie era maçom, mas ele sabia. Você precisava ver a cara de Tom quando percebeu que Jamie Roy era um deles! Foi Quarry quem contou – explicou Kenny, vendo a dúvida ainda no rosto de Roger. – Ele também era um mestre.
Um mestre maçom e chefe de uma pequena loja militar, composta pelos oficiais
da guarnição. Um de seus membros havia morrido recentemente, no entanto, e eles
ficaram sem um dos sete homens exigidos. Quarry havia refletido sobre a situação e,
depois de uma cautelosa conversa sobre a questão, convidou Fraser para se juntar a
eles. Um cavalheiro era um cavalheiro, afinal, jacobita ou não.
Não era exatamente uma situação ortodoxa, Roger pensou, mas o tal Quarry
parecia o tipo que ajusta as normas à sua conveniência. Nesse aspecto, Fraser era
igual.
– Assim Quarry o introduziu e fez com que ele passasse de aprendiz a
companheiro no período de um mês, tornando-se mestre um mês depois, e foi então
que ele resolveu nos contar a respeito. Dessa forma, fundamos uma nova loja
naquela noite, os sete: a Loja de Ardsmuir Número Dois.
Roger riu com ironia ao imaginar a cena.
– Sim. Vocês seis… e Christie.
Tom Christie, o protestante. E Christie, arrogante mas respeitável, já tendo prestado os juramentos do maçom, não teve escolha a não ser aceitar Fraser e seus católicos como irmãos.
– Para começar. Dentro de três meses, entretanto, todos os homens na cela se tornaram aprendizes. E não houve mais problemas depois disso.
Era de esperar que não houvesse. Os maçons tinham como princípios básicos as noções de igualdade – cavalheiro, arrendatário, pescador, senhor de terras… essas distinções não eram levadas em consideração em uma loja – e tolerância. Nenhuma discussão política ou religiosa entre irmãos, essa era a regra.
– Imagino que também não tenha feito mal a Jamie fazer parte da loja dos oficiais – ponderou Roger.
– Ah – disse Kenny, de maneira vaga. – Não, creio que não.”

Agora temos a família Christie na Cordilheira, em fim! E eles não chegaram sozinhos, trouxeram a reboque um grupo de famílias de pescadores, todos protestantes. Essa é uma informação importante, pois a maior parte dos colonos ali até então eram católicos. Uma diferença para o livro é a chegada dessas pessoas. Os Christies chegaram sozinhos na Cordilheira dos Fraser, no final do livro 5, enquanto o Jamie se recuperava da picada de cobra (que vimos no episódio 5×10). O povo pescador chega ao local no livro 6, como novos arrendatários de Jamie. Lembram que na temporada passada houve uma praga de gafanhotos, na qual o Roger foi o salvador da lavoura (literalmente)? Pois então, esse acontecimento foi adaptado do sexto livro, sendo que quem corre para queimar os gafanhotos originalmente é nossa querida Claire junto das ouotras mulheres da Cordilheira. E é nesse momento que os novos colonos chegam, acompanhados por Roger. No Livro vs Série do episódio 5×06 falamos mais disso, trazendo até o trecho da chegada dos pescadores.

Falando um pouco de política, temos Jamie aceitando o cargo de agente indigenista! Algo que nós Sassenachs estávamos ansiosas pra ver (ainda estamos na verdade, tem expectativas aqui kkkkk). A situação é similar, Jamie vê o poder que os Browns estão ganhando, e como se recusasse o cargo iria para eles, decidi assumir a responsabilidade. Com o cargo, Jamie também poderia ainda se mostrar como leal a coroa, enquanto trabalhava para mudar de lado, pois ele sabe será preciso em breve. Dentro dessa perspectiva dos Brown, vimos a série mostrou um pouco da atuação de seu comitê, dando um pequeno destaque para Allan Christie, que no livro aparece bem menos. Nós ficamos felizes com essa adaptação pois amamos o Alexander Vlahos nos bastidores da série hahaha. No livro, vemos o comitê de segurança sempre rondando Ridge, em busca de algo para alfinetar Jamie. Então aqui a série vem seguindo uma ótima adaptação.

Agora vamos a um ponto no qual nos deixou curiosas para saber qual o caminho que a série pretende seguir, pois foi algo bem diferente do livro. Tanto no livro, quanto na série, vemos Claire trabalhando arduamente para conseguir produzir seu precioso éter, para que possa contar com um anestésico para suas scirurgias, algo que lhe fazia muita falta ali. O que vemos diferente é que no livro nossa médica não faz testes em si mesma, nem recorre ao remédio como uma forma de se anestesiar de seu trauma. No livro, Claire tem alguns episódios de crises de ansiedade, porém nunca recorreu a nenhuma droga assim. Isso nos lava a perguntar por que caminho série vai seguir.

Confiram um trechinho em que Claire se recupera após ter uma crise de pânico, que teve como gatilho a exaltação de uma vizinha com ela, levando nossa curandeira a um lugar sombrio.

“– Você está bem, Sassenach?
Ele parou para me olhar, com os olhos embaçados de preocupação.
– Estou. Não sei o que… mas está tudo bem. Agora já passou.
– Ah – fez ele baixinho, e olhou para o outro lado enquanto suas pálpebras se abaixavam para lhe esconder os olhos.
Teria ele também já sentido aquilo, então? Teria de repente se visto… no passado? Eu sabia que às vezes sim. Lembrava-me de acordar em Paris e vê-lo agarrado a uma janela aberta, apertando a moldura com tanta força que os músculos dos braços saltavam, visíveis à luz do luar.
– Está tudo bem – repeti, tocando-o, e ele me abriu um breve e tímido sorriso.”

Além de produzir o éter, vimos Claire mencionando que Brianna está trabalhando para fazer fósforos. O éter em si já é uma substância muito volátil e inflamável, elas querem mesmo colocar fogo na mistura? Quem lembra do obituário da Claire e do Jamie lá na quarta temporada? Qual era a causa da morte? Apenas pensem… hehehehe

Bom, por hoje é isso! Mas Thaís, e a Malva? Gostei muito da apresentação da personagem, mas ainda não tenho nada a acrescentar. E você, gostou da menina Malva? Achei um ótimo início temporada! E você, o que achou? Deixe seu comentário! ?

Encontrou algum erro?
Por favor, nos informe pelo e-mail outlanderlsbrasil@gmail.com

Conheça nossas redes sociais

Canais que produzimos conteúdo

2 Comments

  • Luana Maciel

    Gostei do episódio mas confesso que a parte da Claire usando éter não me agradou já que foge muito ao que ela é e a sua ética médica tão importante para personagem . Tomara que eles não levem isso muito adiante .

  • Patrícia Borges

    Achei um ótimo episódio inicial, aconteceu bastante coisas. Espero que a temporada siga nesse ritmo.

Deixe uma resposta