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Daily Line: E que tal um bom par de belos e gordos pistoleiros?

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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(Trecho de VÁ DIZER ÀS ABELHAS QUE PARTI, Copyright 2020 Diana Gabaldon)

Eu encontrei o jovem Ian, não nos campos de cima, mas na floresta perto dali, com o rifle na mão.

– Não atire! – gritei, localizando-o através dos arbustos. – Sou eu!

– Eu não poderia confundi-la com nada, tia, exceto um pequeno urso ou um grande porco – ele me garantiu enquanto eu abria caminho até ele através de uma moita de dogwood. – E eu não estou interessado em nenhum dos dois hoje.

– Ótimo. E que tal um bom par de belos e gordos pistoleiros?

Expliquei o melhor que pude enquanto corria atrás dele e ele fazia um desvio pelo campo para pegar a foice, que enfiou em minhas mãos.

– Eu não acho que vá precisar usá-la, tia – ele disse sorrindo ao ver a expressão no meu rosto. – Mas se ficar aí bloqueando a trilha, algum homem desesperado poderia tentar passar por você.

Assim que chegamos, descobrimos que a trilha já tinha sido efetivamente bloqueada pelo fardo da primeira mula, do qual tinha conseguido se livrar completamente. Quando Ian e eu surgimos um pouco abaixo de onde os pistoleiros estavam, a primeira mula, desfrutando de sua nova leveza de espírito, estava agilmente subindo em cima da pilha de bolsas, caixas e cestas em nossa direção, com a intenção de juntar-se ao companheiro, que não permitia que sua própria carga o impedisse de explorar um grande trecho de amora silvestre que margeava a trilha bem naquele lugar.

Evidentemente, nós tínhamos chegado quase ao mesmo tempo que Jamie e Tom McLeod, pois os dois pistoleiros viraram-se com a boca aberta de espanto para olhar para mim e para Ian bem no momento em que Jamie e Tom surgiram na trilha acima deles.

– Quem diabos são vocês? – um dos homens perguntou, olhando para mim e para Ian com perplexidade. Ian tinha amarrado o cabelo com um topete para mantê-lo fora do caminho enquanto ceifava o mato e, sem a camisa, profundamente bronzeado e tatuado, parecia bem o moicano que era. Eu não queria pensar na minha própria aparência, totalmente desgrenhada e com o cabelo cheio de folhas, mas agarrei minha foice e lancei um olhar severo.

– Eu sou Ian Õg Murray – disse Ian suavemente, e acenou para mim. “E esta é minha tia. Oops – a primeira mula estava abrindo caminho com determinação até nós, fazendo com que ambos saíssemos do caminho.

– Eu sou Ian Murray – Ian repetiu, recuando e trazendo seu rifle para uma posição mais relaxada, mas positivamente pronta para uso.

– E eu – disse uma voz profunda vinda de cima, – sou o coronel James Fraser, de Fraser’s Ridge, e esta é a minha esposa.

Jamie surgiu, ombros largos e bem alto contra a luz, com Tom atrás dele, a luz do sol brilhando em seu rifle.

– Pegue aquela mula, por favor, Ian. Estas são minhas terras. E quem, se posso perguntar, são vocês, cavalheiros?

Os homens estremeceram ante a surpresa e viraram-se para olhar para cima, embora um deles tenha lançado um olhar apreensivo por cima do ombro, para ficar de olha na ameaça da retaguarda.

– Er… nós estamos… hum… – O jovem (ele não deveria ter mais de vinte anos) trocou um olhar de pânico com seu companheiro mais velho. – Eu sou o tenente Felix Summers, senhor. Do navio de Sua Majestade, Revenge.

Tom fez um barulho que poderia ter sido uma ameaça ou diversão.

– Quem é seu amigo, então? – ele perguntou, acenando para o senhor mais velho, que poderia ter sido qualquer coisa, desde um vagabundo da cidade a um caçador do sertão, mas que parecia um pouco pior para beber, pois seu nariz e suas bochechas estavam cobertas por capilares quebrados.

– Eu… acredito que o nome dele é Voules, senhor – disse o tenente. – Ele não é meu amigo. – Seu rosto tinha passado de um branco chocado para um tom de rosa afetado. – Eu o contratei em Salisbury para ajudar com, com a minha bagagem.

– Entendo – disse Jamie, educadamente. – Você está, talvez… perdido, tenente? Acredito que o oceano mais próximo está a certa de quinhentos quilômetros atrás de você.

– Estou de licença do meu navio – disse o jovem, recuperando a dignidade. – Eu vim visitar… uma pessoa.

– Não há prêmio para quem adivinhar quem é – disse Tom a Jamie, baixando o rifle. – O que você quer fazer com eles, Jamie?

– Minha esposa e eu vamos levar o tenente e seu… homem… até a casa para que possam se refrescar – disse Jamie, curvando-se graciosamente para Summers. – Vocês poderiam ajudar Ian com… – ele acenou com a cabeça em direção ao caos espalhado entre as rochas, – …e Ian, assim que tiver as coisas em mãos, suba e traga o capitão Cunningham para se juntar a nós, sim?

Summers percebeu a diferença sutil entre “convidar” e “trazer” tão bem quanto Ian, e enrijeceu, mas não teve escolha. Ele tinha uma pistola e uma adaga de oficial em seu cinto, mas pude ver que a primeira não estava preparada e, portanto, provavelmente não estava carregada, e duvido que ele já tenha sacado sua adaga por qualquer motivo além de polimento. Jamie nem mesmo olhou para as armas, muito menos exigiu sua rendição.

– Agradeço, senhor – disse Summers, girando nos calcanhares e recuando apenas um pouco ao passar por mim e por minha foice e começar a descer a trilha, as costas rígidas.

(E eu agradeço você, Sandra Robson, pela sublime foto de uma abelha)

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 16/05/2020

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