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Daily Line: Conflito histórico

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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(Trecho de VÁ DIZER ÀS ABELHAS QUE PARTI Copyright 2020 Diana Gabaldon.)

– Conflito histórico, – ela disse. – Existem de todos os tipos: ideias, máquinas, ferramentas, qualquer coisa que foi, ou é, eu quero dizer, tudo o que é descoberto mais de uma vez. A mãe diz que a agulha hipodérmica foi inventada independentemente por pelo menos três pessoas diferentes e, todas ao mesmo tempo, em países diferentes. Mas outras coisas são inventadas ou descobertas e apenas … permanecem assim. Ninguém usa. Ou ficam esquecidas no tempo e depois são descobertas novamente. São anos, séculos, às vezes, até que alguma coisa aconteça e, de repente é a hora certa, e o que quer que seja, surge de repente e se espalha, torna-se de conhecimento comum.

– Além disso, – ela acrescentou pragmática, enquanto cutucava a bolsa com o pé. – Que mal pode haver em perder a versão ilegítima de O Gato do Chapéu no séc. XVIII?

Ele riu apesar do desconforto.

– Ninguém imprimiria esta versão. Uma história mostrando crianças sendo deliberadamente desobedientes? E sem sofrer as terríveis consequências por isso?

– É como eu disse. Não é hora para um livro como este, – disse ela. – Não teria … adesão. – Ela já tinha superado o colapso emocional agora, ao menos é o que parecia. Seus compridos cabelos ruivos lhe caíam pelas costas, o rosto animado, mas não perturbado, os olhos na estrada e nas sacudidas das cabeças dos cavalos.

– E eu ainda tenho Jane, – disse ela, acenando para a bolsa e abaixando a voz. – Por falar em terríveis consequências, pobre menina.

– Ja… oh, a irmã de Fanny? – Ele lembrou-se do desenho, um esboço a lápis no papel.

– Eu prometi a Fanny que pintaria Jane, – disse Bree, franzindo um pouco a testa. – Torná-la mais constante. Não consegui convencer Fanny a me deixar levar o desenho para ela, mas ela me deixou copiá-lo. Então, tenho de onde começar o trabalho.

– Pobre menina. Meninas, devo dizer. – Claire havia dito a Brianna, depois do tumulto da mesada de Fanny, o que havia acontecido com Jane e Bree tinha contado para ele.

– Sim, e pobre Willie, também. Não sei se ele estava apaixonado por ela ou se apenas se sentia responsável por ela, mas mamãe disse que ele foi ao funeral e estava péssimo, com aquele cavalo enorme. Ele deu o cavalo para o pai, por Fanny, ele já tinha dado Fanny para ele cuidar, e então ele apenas … foi embora. E ninguém ouviu falar dele desde então.

Roger assentiu, mas não havia muito o que dizer. Ele tinha visto William, o nono conde de Ellesmere, uma vez, muitos anos atrás, por aproximadamente três minutos, em um cais em Wilmington. Um adolescente, então, alto e tão magro quanto um varapau, tinha uma semelhança impressionante com Bree, apesar de ter os cabelos escuros, mas muito mais seguro do que se poderia esperar para alguém da sua idade. Ele acreditava tratar-se de um pré-requisito (pelo menos teoricamente) da aristocracia hereditária. Você realmente acredita que o mundo, ou boa parte dele, pertence a você.

– Você sabe onde ela foi enterrada? Jane? – Ele perguntou, mas ela sacudiu a cabeça.

– Em um cemitério particular fora da cidade, é tudo o que eu sei. Por quê?

Ele sacudiu os ombros brevemente.

– Pensava em prestar meus respeitos. Para que eu pudesse dizer a Fanny que eu fui até lá fazer uma oração para a irmã dela.

Ela olhou para ele com simpatia.

– É uma ideia muito boa. Eis o que eu vou fazer: vou perguntar ao Lord John onde ela está, a mamãe disse que ele providenciou um enterro para Jane, então ele sabe onde ela está. Então, poderemos ir juntos. Você acha que Fanny gostaria que eu desenhasse a sepultura? Ou seria muito… perturbador?

– Acho que ela gostaria. – Ele tocou o ombro dela, depois afastou o cabelo do seu rosto e o prendeu com um lenço. – Você não teria nada para comer na sua bolsa, teria?

(Grata, Jo Graham, pela adorável foto de uma abelha em ação)

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 07/06/2020

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