Daily Line: CSI Salisbury
POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana
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Jamie tinha uns poucos negócios para fazer em Salisbury; ele havia encontrado o que procurava e obtido as informações que precisava. Mesmo assim, Salisbury era uma grande cidade, cheia de comerciantes e lojas, e Claire havia lhe dado uma lista. Ele checou o bolso lateral e certificou-se de que podia sentir a dobra do papel: ele não tinha perdido a lista. Com um breve suspiro, ele a tirou do bolso, desdobrou o papel e leu:
1 kg alume (é barato)
Casca de Cinchona, se alguém tiver (traga tudo ou o máximo que puder comprar)
200 g gesso de Gileade (procure na farmácia, caso contrário, tente um médico)
1 lit. de óleo doce – certifique-se de que esteja selado com cera!
2 g de cada beladona, [ ], [ ], [ ], [ ], [ ] e [ ]
Peça de linho fino (roupa íntima para mim e para a Fanny, camisa para você)
2 peças de tecido resistente (uma azul, outra marrom)
90 g de pino de aço (sim, nós precisamos desta quantidade)
Linha (para costura, não para velas ou carne) – dez novelos brancos, quatro azuis e seis pretos
Uma dúzia de agulhas, pequenas na maioria, mas duas bem grandes, por favor. O comprimento do seu dedo médio deve servir
Quanto à comida:
Dois pães doces
5 kg farinha (ou compramos no Moinho do Woolam, se for muito caro em Salisbury)
½ kg Sal
5 kg Feijão
9 kg Arroz
Especiarias (se encontrar e se puder comprar. Pimenta, canela, noz-moscada…?
Jamie sacudiu a cabeça enquanto passeava pela rua, acrescentando mentalmente:
2 barris de pólvora
1 bloco de chumbo
Uma faca de esfolar decente… Alguém tinha pegado a sua e arrancado a ponta, e ele tinha fortes suspeitas de que fora Amanda, ela era a única das crianças que conseguia mentir de forma convincente.
Sim, bem, ele tinha Clarence e Abednego para levar tudo para casa. E o suficiente em diversas formas de troca e espécie para pagar por tudo aquilo. Ele nem sonhava em expor seu ouro em um lugar daqueles; oportunistas e gatunos o seguiriam de volta à colina como as abelhas de Claire atrás dos girassóis. Títulos de armazéns e uísque provocariam menos comentários.
Fazendo cálculos mentalmente, ele quase trombou com o policial Jones saindo de uma estalagem com um pão meio comido na mão.
“Minhas desculpas, senhor, ” os dois disseram ao mesmo tempo, enquanto faziam uma referência por puro reflexo.
“Voltando, então, para as montanhas, senhor Fraser? ” Perguntou Jones educadamente.
“Assim que tiver terminado as compras para minha mulher, sim. ” Jamie ainda tinha a lista nas mãos e fez um gesto com ela antes de dobrá-la e colocá-la de volta no bolso.
Aquela visão, no entanto, trouxe algo à mente do policial, pois seus olhos estavam fixos no papel.
“Senhor Fraser?”
“Sim?”
O policial o examinou com cuidado, mas assentiu, aparentemente o considerando respeitável o suficiente para a pergunta que tinha em mente.
“O homem morto que o senhor veio ver na noite passada. O senhor diria que ele é um judeu? ”
“Um o quê? ”
“Um judeu, ” Jones repetiu pacientemente.
Jamie olhou duramente para o homem. Ele estava despenteado e ainda tinha a barba por fazer, mas não cheirava a bebida e seus olhos estavam limpos, ainda que tivessem bolsas sob eles.
“Como eu poderia saber? ” Ele perguntou. “E por que achou que eu saberia? ” Uma ideia tardia lhe ocorreu. “Oh, você olhou o pau dele? ”
“O quê? ” Jones o encarou.
“Então, você não sabia que os judeus são circuncidados? ” Jamie perguntou com cuidado tentando não demonstrar que pensava que Jones deveria saber disso.
“Eles são o quê? ”
“Hã…” Duas senhoras, seguidas por uma criada que cuidava de três crianças pequenas e um rapaz com uma pequena carroça para os pacotes, vinham em sua direção, com as saias cuidadosamente mantidas acima da lama da rua. Jamie curvou-se para o grupo. Depois, fez um sinal com a cabeça para que Jones o seguisse pela esquina da estalagem até um beco, onde ele deu as explicações ao policial.
“Jesus Cristo! ” Exclamou Jones com os olhos esbugalhados. “Para que diabos eles fazem isso? ”
“Deus lhes ordenou, ” respondeu Jamie, dando de ombros. “Esse seu homem morto, então. Ele é.…”
“Eu não… olhei…”, disse Jones lançando-lhe um olhar horrorizado de repulsa.
“Então, por que você acha que ele poderia ser judeu? ” Perguntou Jamie, pacientemente.
“Oh. Bem… por isso. ” Jones tateou as próprias roupas e, finalmente, tirou um pedaço de papel sujo e dobrado e o entregou a Jamie. “Estava no bolso dele. ”
Desdobrado, o papel continha oito linhas escritas, feitas com cuidado e com uma boa pena, de modo que cada letra se destacava.
“Não conseguimos entender o que diabos era isso, ” disse Jones, olhando de soslaio para o papel, como se isso pudesse contribuir para a sua compreensão. “Mas, eu estava mostrando o papel para o coronel na taverna hoje de manhã, e nós ficamos estudando, mas não chegamos a lugar nenhum. Mas o senhor Appleford estava lá, ele é um cavalheiro estudado, e ele falou como se achasse que poderia ser hebraico, apesar de já ter esquecido muita coisa desde que estudou a língua e ele não conseguiu entender o que dizia. ”
Jamie conseguia entender tudo, embora compreender o que dizia fazia pouca diferença.
[Este é um trecho de VÁ DIZER ÀS ABELHAS QUE PARTI, Copyright 2020 Diana Gabaldon. Muito obrigada, Eva Noveczyk, pela adorável foto de abelha! ]
Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 25/02/2020
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