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Daily Line: Distração

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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Bree respirou profundamente, saboreando a solidão momentânea. Havia um forte toque de outono no ar, embora o sol brilhasse através da janela, e um único zangão fora de época tivesse entrado zumbindo e, vagarosamente, circulado as decepcionantes flores de cera e saído novamente.

O inverno chegaria logo nas montanhas. Ela já sentia uma pontada de saudades das pedras altas e do aroma limpo de pinheiros, da neve e da lama, e do cheiro quente e familiar dos animais abrigados. Movida por um impulso, ela virou a página do seu sketchbook e tentou capturar um vislumbre do rosto do seu pai – apenas uma linha ou duas caracterizando seu perfil, o nariz longo e reto e as sobrancelhas acentuadas. E também a pequena linha curva que sugeria um sorriso escondido no canto da boca.

Já era o suficiente. Com a reconfortante sensação da sua presença perto dela, Bree abriu a caixa onde guardava pequenos tubos de chumbo e potinhos de pigmentos moídos à mão, e preparou uma paleta simples: branco, um toque de preto básico e rosa avermelhado. Depois de um momento de hesitação, ela adicionou uma linha fina de amarelo limão e um ponto em azul cobalto.

Com a cor das sombras em mente, ela foi até a pequena coleção de telas encostadas na parede e ao encontrar um retrato inacabado de (…), ela o colocou sobre a mesa para capturar a luz da manhã.

“Este é o problema,” ela murmurou. “Talvez…” a luz. Ela havia começado com uma fonte de luz imaginária, vindo da direita, para destacar o delicado maxilar. Mas ela não tinha pensado qual tipo de luz seria. As sombras projetadas pela luz da manhã, às vezes, tinham um tom esverdeado, enquanto que as tonalidades do meio-dia eram sombrias, dando um leve escurecimento aos tons naturais da pele, e as sombras da tarde eram azuis e cinza e, às vezes, adquiriam um tom profundo de lavanda. Mas, qual a hora do dia que mais combinava com o misterioso (…)?

Suas considerações foram interrompidas pelo som da risada de Angelina e por barulhos de passos no corredor acompanhados pela voz divertida de um homem, o senhor Brumby, que estava de saída.

“Ah, senhora MacKenzie. Tenha um ótimo dia, madame.” Alfred Brumby parou na porta, sorrindo para ela. Angelina agarrou-se ao seu braço, sorrindo para ele e derramando pó branco na manga do seu terno verde-garrafa, mas ele pareceu não notar. “E como está indo o trabalho, se me permite a pergunta?”

Ele foi cortês o suficiente para dar a impressão de que realmente pedia permissão para perguntar ao invés de exigir um relatório do seu progresso.

“Muito bem, senhor,” disse Bree dando um passo atrás e gesticulando para que ele entrasse e visse os esboços da cabeça que ela já tinha feito, organizados sobre a mesa em forma de leque: a cabeça completa e o pescoço de Angelina vistos de vários ângulos, um esboço mais detalhado dos seus cabelos, um lateral e outro frontal, trazendo pequenos detalhes variados dos cachos e da ondulação brilhante.

“Belíssimo, belíssimo!” exclamou. Ele se inclinou sobre os esboços e, tirando um monóculo do bolso, usou-o para examinar os desenhos. “Ela capturou seus traços com exatidão, minha querida, algo que eu não julgava ser possível sem que estivesse acorrentada aos seus pés, devo admitir.”

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 03/08/2017

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