Fanfic – Histórias da Colina Fraser – Cap. 21: Você é um Fraser!
– Milorde?
– Ah, seu maldito francês depravado! – Jamie falou segurando Fergus pelo colarinho. – Agora você vai se entender comigo!
– Jamie solte o Fergus, por favor!
Jamie a contragosto soltou Fergus ao sentir a pressão da mão de Claire em seu braço.
– Entre seu maldito degenerado e me conte todas as confusões que você nos meteu! – Jamie falou ameaçadoramente.
– Vinho, Fergus? – Claire ofereceu uma taça para Fergus que aceitou prontamente. – Tudo fica melhor depois de uma taça de vinho – Claire falou sorrindo e entregou outra taça de vinho para Jamie.
– Obrigado madame – ele agradeceu fazendo uma charmosa reverência e tomando de uma só vez o vinho.
– Como você pode fazer isso com a menina, Fergus?- Jamie perguntou com impaciência.
– Porque eu a amo, Milorde... – Fergus falou baixando os olhos envergonhado.
– Ah, maldito francês e por amá-la, então a sequestrou e tirou a sua virgindade?
– Não Milorde, eu quis muito, mas não toquei em Marsali… ainda – ele falou levantando os olhos para Jamie e esperando alguma simpatia dele, porém como não encontrou apoio, ele suspirou profundamente e continuou a falar: – Milorde, eu e Marsali nos apaixonamos. E tentei falar antes com a mãe dela, mas… mas… ela não quis me ouvir. E me chamou de francês depravado assim como o senhor, Milorde – Fergus falou olhando dentro dos olhos de Jamie e sorrindo de forma triste. – Depois gritou com toda a força dos pulmões dela que jamais ela deixaria a sua filha se casar com um bastardo filho de puta.
– Ah, Fergus… – Claire falou baixinho.
– Depois que madame voltou e não teve mais o casamento – Fergus falou sorrindo para Claire. – Eu e Marsali voltamos a conversar com a mãe dela, e insistir que ela permitisse o nosso casamento. Eu falei que havia economizado um bom dinheiro e poderia trabalhar aqui na cidade junto com Milorde na gráfica. Marsali falou que poderia costurar para ajudar com as despesas e assim nós começaríamos a nossa vida, mas…
– Mas? – Jamie perguntou.
– Ela berrou aos quatro ventos que jamais a sua filha seria esposa de um bastardo e aleijado, e… – Fergus olhou com vergonha para Jamie. – Ela preferia ver a sua filha morta do casada comigo e ainda mais depois de Milorde tê-la abandonado no altar para ficar com Milady.
– Maldita Laoghaire! – Claire falou indignada.
– Mas ela tem razão, Milady. Eu sou um bastardo, aleijado e inútil. Que futuro posso dar para Marsali? – Ele falou envergonhado para Claire. – Só que Marsali é muito parecida com Milady, e, não quis saber do que a mãe dela achava sobre mim. Foi ela que foi atrás de mim e pronta para fugirmos. Assinamos um documento no cartório de Inverness e estamos esperando a volta do padre para nos casarmos aqui na igreja.
– Milorde, eu ainda não a tomei como minha esposa e mesmo que o senhor tire o meu couro, mesmo que corte a minha outra mão, ou até outra parte mais preciosa- nesse momento Fergus levantou e ficou em frente a Jamie o olhando fixamente nos olhos. – Eu não desistirei do meu amor por Marsali. Eu lembro quando era só um batedor de carteiras pelas ruas de Paris e nunca esqueci como era o amor que Milorde sentia por Milady. E é esse amor que eu sinto por Marsali. Milorde consegue me entender? – Fergus perguntou emocionado.
Jamie levantou e ficou alguns minutos olhando fixamente para o belo jovem esguio e de cabelos pretos, mas que nesse momento lembrava aquele garoto da Paris de muitos anos atrás e que o seguia como a sua sombra.
– Sim Fergus, eu o entendo muito bem – Jamie finalmente falou e trouxe Fergus para mais perto, depois com carinho olhou para Claire. – Eu entendo como ninguém o que é o amor. Mas você só vai se deitar com Marsali depois que um padre abençoar esse casamento. E eu e Claire levaremos você até o altar, afinal, os pais devem entregar o seu filho para a noiva.
– Milorde…
– Você sempre foi meu, Fergus e há muito tempo é um Fraser – Jamie abraçou Fergus emocionado e olhando para Claire a chamou também para o abraço.
Eles ouviram quando bateram na porta, era a empregada do bordel trazendo um vestido vermelho para Claire. Enquanto Claire vestia o vestido atrás do biombo, ela escutava enquanto Fergus contava sobre a pressão que a polícia fazia na última semana atrás das cargas de bebibas. Duas haviam sido levadas pelos guardas e estavam perdidas. Fergus também estava preocupado porque havia boatos de um mercador pirata que estava saqueando as cargas, levava desde as mercadorias até homens como escravos para trabalhar em seu navio.
– Eu pedi ao Jovem Ian para trazer Marsali até a estalagem onde estamos hospedados e falei para que ele voltasse junto com pequeno Roger para a gráfica, verificar se tudo estava de acordo com a carga. Amanhã nós faremos a entrega dessa carga no cais e depois eu venderei a prensa para enviar o dinheiro à Laoghaire pela vergonha de não ter se casado.
– Quem é o pequeno Roger, Milorde?
– É o namorado de Brianna e ele é quase da mesma altura que Jamie – Claire falou vestida com o vestido que ficava muito bem no corpo dela. A cor destacava a palidez da pele dela e o decote pronunciado a deixava incrivelmente sedutora.
– Milady se me permite dizer, o vestido de Daphine lhe caiu melhor do que nela – Fergus falou fazendo uma reverência elegante.
– Muito melhor e esse decote fica muito mais pronunciado em você do que nela, Sassenach. Não ande sem o seu casaco, ou terei que ficar com a adaga pronta para sangrar os mais assanhados – Jamie falou olhando e a admirando de cima a abaixo.
– Você insiste que não era um cliente delas? – Claire falou desconfiada e arqueando a sua sobrancelha. – Mas sabe exatamente que o vestido pertence a essa tal de Daphine e que meus seios são maiores do que os dela.
– Sassenach, eu já falei que eu nunca fui cliente de nenhuma delas, mas também eu já disse que nunca fui um monge e sempre olhei para os dotes das moças. Você me dá a honra de me acompanhar até a gráfica? – Ele falou galanteador e a beijou dando o braço para ela e abrindo a porta.
O dia estava amanhecendo em Edimburgo. Claire e Jamie desceram de braços dados pela rua de pedras da Royal Mile. A cidade ainda estava debaixo de uma forte neblina, de repente um homem impaciente com o nosso ritmo devagar de andar, nos ultrapassou e correu como se não quisesse perder nenhum detalhe de algum grande evento.
Jamie e Fergus se olharam e olharam para cima abrindo as narinas como se quisessem farejar algum cheiro novo. Fiz o mesmo e assustada percebi que sentia o cheiro forte de fumaça.
– Jamie o que será que está acontecendo?
– Um incêndio, Sassenach… – ele disse ainda olhando para o céu.
– Milorde, eu acho que é em Leith Wynd! – Fergus falou alarmado.
Foi nesse mesmo instante que Claire ouviu alguém gritar “fogo” e de repente várias pessoas surgiram como em um passe de mágica carregando baldes com água e correndo pela rua abaixo.
Jamie olhou para Claire e apertou a mão dela com força para logo depois sair correndo pela rua, mas antes ainda teve tempo de gritar assustado:
– A minha prensa, Sassenach!
Quando Claire e Fergus chegaram, viram que o incêndio não era em Leith Wynd, mas sim no beco da Rua Carfax, onde a gráfica de Jamie ficava. Pelas janelas da gráfica era possível ver uma espessa fumaça negra e infelizmente o fogo crepitava consumindo tudo.
– Minha prensa! – Com um grito de desespero, Jamie tentou subiu os degraus da entrada e abrir a porta com um chute, mas uma nuvem negra de fumaça veio do interior e o pegou em cheio, fazendo que cambaleasse e caísse de joelhos perto de mim.
A Guarda Municipal provida de baldes de água e ajudada pelas pessoas locais começou a atacar o fogo. Mas era um trabalho perdido, o fogo era mais forte e ganhava a batalha.
Claire abraçou Jamie e desesperada perguntou gritando:
– Jamie, aonde estão Ian e Roger? – Jamie olhou para Claire e o seu rosto se encheu de pânico.
– Eu vou entrar e prócurá-los – Claire tentava segurá-lo em vão para impedí-lo de entrar dentro daquela fornalha quando Fergus surgiu acompanhado pelo Jovem Ian e de Roger, que além de tossirem muito e apresentarem as roupas sujas de fuligem, não tinham nenhum machucado grave, graças aos céus!
Jamie abraçou com força o Jovem Ian e também deu um abraço em Roger, aliviado por ambos se encontrarem bem.
– O que diabos aconteceu com a minha gráfica?
– Não sabemos tio Jamie – o Jovem Ian tossiu muito e parou de falar por uns minutos. – Quando voltamos depois de deixar Marsali lá na estalagem, nós já encontramos a gráfica tomada pelo fogo.
– Nós tentamos apagar e tentar salvar alguma coisa, mas o material que havia na gráfica propagou rápido demais o fogo… eu sinto muito, Jamie – Roger falou tossindo muito também.
– E a carga de bebidas? – Jamie perguntou preocupado.
– Antes de sairmos para levar Marsali, os homens carregaram e a levaram para o esconderijo lá no cais… ela está a salvo tio Jamie.
– Jamie não há muito o que fazer aqui – Claire olhou com desolação para o prédio que era consumido pelo fogo. Ela o abraçou com carinho para confortá-lo e falou: – Sinto muito pela sua gráfica, mas acho que o melhor é que todos voltemos para a estalagem. Cuidar dos machucados e tomar um chá para acalmar os ânimos, talvez o seu com uma boa dose de uísque e o meu também.
Claire já havia cuidado das queimaduras do Jovem Ian e de Roger, ela lavou e passou uma camada de pomada que fez com o aloe vera que trouxera de Lallybroch. Abençoada Jenny por estocar um boa quantidade de ervas. Roger e Ian estavam recebendo os cuidados de Brianna e Faith, elas ouviam encantadas as aventuras que ambos contavam e aumentavam um pouco para dar mais emoção à narrativa.
Em um canto mais afastado Fergus e Marsali conversavam em tom baixo e apaixonado. Fergus estava radiante com a benção recebida por Jamie e devia estar contando tudo em detalhes para a sua amada. A amada em questão, apesar de ter se entendido muito bem com Faith e Brianna, ainda não havia trocado nenhuma palavra com Claire, mas até isso era um avanço. Pelo menos, Marsali não tinha puxado a desagradável vontade da sua mãe de mandá-la para uma fogueira.
– O seu chá – Claire deixou na frente de Jamie uma caneca cheia de chá, mas na verdade a quantidade maior de líquido era composta pelo autêntico e bom uísque escocês. Ela sentou ao lado dele e passou a mão por seus cabelos e rosto. Os cabelos estavam revoltos e alguns fios estavam chamuscados e em seu rosto haviam marcas de fuligem. Claire pegou um lenço e com carinho passou pelo rosto dele. – É talvez eu precise dar um banho melhor em você – ela falou para animá-lo depois de tudo o que havia acontecido.
– Eu gostaria muito de ser esfregado por suas mãos, Sassenach – Jamie discretamente pegou a mão dela e a colocou em cima de sua calça e para espanto dela, o Jamie Fraser Jr estava mais do que animado. – Mas preciso me preparar e encontrar os homens para entregar essa última carga.
– Você acha que o incêndio foi crimoso?
– Eu tenho certeza, Sassenach – ele falou tomando um bom gole do chá e se animando ao perceber que a bebida continha mais álcool do que água. – Tudo leva a crer que a mesma pessoa que falou aos policiais sobre as cargas contrabandeadas, provavelmente descobriu que a gráfica era um depósito e quis acabar com o meu negócio.
– Mas quem seria essa pessoa, Jamie?
– Não sei Sassenach – ele falou pensativo. – Talvez a própria polícia ou outro contrabandista para ter o domínio do negócio. O que eu sei Sassenach é que Edimburgo não é mais seguro nem para mim e nem para a minha família.
– Eu sinto muito que você tenha perdido a sua prensa, Jamie.
– A minha doce Bonnie, Sassenach – Jamie lamentou ao pensar na prensa que foi destruída pelo fogo. – Bem, agora mais do que nunca eu preciso fazer essa última transação hoje no cais e com o dinheiro nos tirar daqui; e enviar a parte de Laoghaire antes que ela ponha fogo em Lallybroch… e Santa Brígida me proteja da fúria de Jenny – ele falou com humor na voz.
– Jamie e os piratas?
– O que tem os piratas, Sassenach?
– Fergus disse que estava preocupado com eles e com o risco de roubarem a carga e…
– Fergus se preocupa demais o pequeno francês, Sassenach. Não se preocupe, mo nighean donn, eu vou cuidar de tudo e tudo ficará bem.
– Você sabe que eu vou junto com você, não é?
– Eu nunca duvidei disso, Sassenach – Jamie a beijou e levantou oferecendo a mão para que ela levantasse também. – Acho que ainda temos umas duas horas livres antes do negócio lá no cais e que tal aquele banho que você me prometeu? Com certeza eles devem ter uma tina nessa espelunca que caiba eu e você, Sassenach!
Fanfic | Cap 22
Aviso Legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e personagens fictícios; e nenhuma das situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando-se esta obra, de uma ficção. História sem fins lucrativos feita apenas de fã para fã, sem o objetivo de denegrir ou violar as imagens dos artistas.
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