Daily Line: Porta-retrato
POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana
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O odor penetrante de aromas que fez William pensar vagamente em “pinturas” o alcançou na porta da frente.
“Eu…sinto…muito! ” Disse a senhora Brumpy ao perceber que ele contraia o nariz. “Nós já nos acostumamos com o cheiro, eu receio, mas é realmente terrível, não é? Estou certa de que nunca mais conseguirei eliminar o fedor da terebintina das cortinas! ”
“Oh, não, madame, ” ele lhe assegurou. “Eu aprecio muito o aroma. É … excitante. ” Ele sorriu para ela, mas o que dizia era verdade. William tinha lembranças bem antigas de um pintor de retratos que vinha a Helwater para pintar seus avós e Mama Isobel, do som da lona, de madeira e tecidos e dos misteriosos vapores que flutuavam para fora da sala de estar. A coisa toda lhe transmitia uma sensação encantadora de magia, como se coisas estranhas estivessem acontecendo por perto.
A senhora Brumpy sorriu para ele. Ela era jovem, talvez sua idade estivesse bem próxima da dele, William pensou, e aparentava estar um pouco impressionada com a ideia de ter um pintor profissional particular.
“Bem, entre, senhor, ” ela disse dando um passo para trás e fazendo um gesto que exibia um salão com piso de madeira sem proteção, embora estivesse polido.
“A senhora MacKenzie está pintando um linóleo maravilhoso para nós! ” Disse rapidamente a senhora Brumpy, ao notar o olhar do rapaz. “Ela pegou o velho para … er… tirar as medidas, acho que foi o que ela disse. ”
“Que bom, ” respondeu William, sem prestar muita atenção. “A senhora disse MacKenzie? ” O nome lhe era desconcertantemente familiar, mas, naquele momento, não conseguia entender o porquê.
“Sim, seu marido é um pastor presbiteriano, não é estranho? ” Você não imaginaria que um pastor se preocuparia em ter sua esposa … bem, o senhor MacKenzie é um homem adorável, mesmo assim. ”
Pastores presbiterianos não diziam nada para William, mas ele sorriu e a acompanhou até uma porta semifechada no salão de onde vinha o som de um assobio.
A senhora Brumby piscou, ficou sem graça por um momento, mas, então, endireitou os ombros e abriu a porta, guiando o rapaz para o interior da sala.
Uma mulher ruiva e incrivelmente alta virou-se da janela, sorrindo. Seu sorriso congelou no seu rosto, refletindo o sorriso que ele mesmo sentia paralisado na sua própria face.
“Senhora MacKenzie, espero não estar interrompendo, ” disse a senhora Brumpy enquanto esticava o pescoço para ver uma tela sobre um cavalete. “Este é o senhor William Ransom. Lorde John Grey sugeriu que ele viesse e…”
Qualquer coisa que a senhora Brumpy tenha dito ficou perdida em meio ao súbito zumbido que tomou conta dos seus ouvidos. Então, a mulher, a senhora MacKenzie, com profundos olhos azuis, a senhora MacKenzie, filha do maldito Jamie Fraser, senhora MacKenzie, sua… irmã, estava bem na sua frente, estendendo uma das mãos como se quisesse apertar a sua mão.
E ela o fez tão calorosamente, como um homem faria. Ele recuperou a razão o suficiente para segurar a mão dela, girá-la e curvar-se sobre ela. A mão dela estava áspera, os dedos cobertos de tinta verde, azul e branco. Determinado a impor-se perante a mulher, ele beijou a sua mão e sentiu o cheiro de terebintina que passou pela sua cabeça como um vento de inverno.
“Seu servo, senhora, ” ele disse endireitando-se e soltando a maõ dela.
“E eu, sua. Senhor, ” ela acrescentou sem fazer reverência. Ela parecia estar se divertindo, maldita seja.
Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 09/05/2017
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