Outlander, 5ª temporada: entrevista com Caitriona Balfe sobre o amadurecimento de Claire e sobre a história americana
Por Fred Topel
Caitriona Balfe esteve no Starz’ Fiercely Female Panel para a Television Critics Association. Ela estava acompanhada pela produtora executiva de Outlander, Maril Davis, e pelo elenco e criadoras de Vida, Power, Sweetbitter e American Gods.
Após o painel, Balfe conversou com repórteres mais especificamente sobre Outlander. Ela está prestes a iniciar as gravações da 5ª. temporada e fez ponderações sobre a apresentação de situações sexuais mais sensíveis na série.
Vocês estão no meio da 5ª. temporada agora?
Caitriona Balfe: “Nós ainda não iniciamos as gravações. Devemos começar em algumas semanas e, então, estou aqui durante o período de chuvas e depois volto para o período de chuvas em Glasgow.”
Você já viu algum dos roteiros?
Caitriona Balfe: “Eu vi alguns esboços mas ainda não vi um roteiro.”
O que te deixa mais animada sobre a nova temporada?
Caitriona Balfe: “Acho que estou muito ansiosa para a próxima temporada. Acredito que há muita coisa interessante a ser explorada em termos de família, lealdade, especialmente na política. Tudo é muito novo para mim, todo esse período da história americana. Entender as complexidades do que estava acontecendo na América no início da sua história, quem eram as pessoas que estavam indo para lá e com quem faziam alianças, é tudo muito interessante e muito novo o que torna tudo muito excitante.
É muito diferente da política da Escócia e da história da Escócia e eu acho tudo fascinante. É também sobre a vida de uma mulher mais velha que estou achando muito, muito interessante e sobre tentar aprender e apreciar o lugar onde se encontra, quais os seus valores, o que se torna importante para ela. É um território novo para mim também porque eu não sou tão velha.”
Quantos anos ela tem?
Caitriona Balfe: “Na verdade, ela já está na casa dos cinquenta, cinquenta e três ou cinquenta e quatro, e eu ainda não estou lá.”
Você espera se sentir realizada como ela?
Caitriona Balfe: “Ela se sai muito bem. Eu tenho que imaginar que alguma coisa acontece quando você atravessa as pedras, mas é realmente interessante. Ela é avó nesta temporada e eu acredito que este é um momento muito especial na vida de uma mulher. É maravilhoso poder explorar esse sentimento e poder ver a família crescendo ao seu lado a ainda ser capaz de estreitar os laços de um matrimônio e de um relacionamento de uma nova maneira porque eles vivem uma vida nova agora. Eles estão assumindo novos papeis, em um lugar novo, eles já estão instalados em uma nova comunidade, é tudo realmente interessante.
Você não cresceu aqui, Claire também não. A cena onde você encontra George Washington…
Caitriona Balfe: O real significado desse encontro ficou um pouco perdido para mim. Que história é essa sobre a cerejeira, de verdade? E todos diziam que qualquer um na América conhecia a história. Esta é a parte divertida sobre como Diana teceu suas tramas em meio a eventos da vida real. Nós precisamos incluir essas figuras históricas na série, seja ele Bonnie “Prince” Billy, e outras pessoas, o rei Louis XV, todos eles. É maravilhoso poder fazer isso também na América e acredito que, talvez, daqui para a frente haja mais alguns, então é ótimo.”
Você já leu todos os livros?
Caitriona Balfe: “Não, eu comecei agora o livro seis. Ainda estou me atualizando.”
Eles ainda não chegaram na Filadélfia?
Caitriona Balfe: “Não.”
Existe alguma coisa no livro cinco que você está realmente entusiasmada para representar?
Caitriona Balfe: “Sim, há muita coisa. Eu ainda não sei bem o que vai acabar na série, mas como já disse, tem muitas cenas com a Claire, assim como na temporada passada. Seu lado médico é colocado de lado em algumas situações. Nós temos alguns pequenos vislumbres desse lado, mas acredito que agora que eles vão se instalar na Colina Fraser, esta será uma oportunidade para que ela também se estabeleça e traga de volta seu lado profissional de uma forma que será muito gratificante para ela. Isso também é muito empolgante.”
É nesta temporada que ela descobre como produzir éter?
Caitriona Balfe: “Ela descobre como fazer penicilina, o que é muito importante.”
É quando ela põe fogo em tudo?
Caitriona Balfe: “Ela ainda não fez isso.”
Por que é importante contar histórias reais de estupro e prazer sexual? Nós estamos falando sobre ambientes seguros. Como é isso para os atores?
Caitriona Balfe: Em primeiro lugar, a vida sexual de Claire vista por um olhar feminino ou a vida sexual entre Jamie e Claire é muito importante para a construção do casal. E este é, na minha opinião, um aspecto muito importante da história. Acredito que os estupros também são parte importante da narrativa se você tem a intenção de contar uma história de vida real, naquela época e naquele lugar. Nós temos a responsabilidade de fazê-lo de forma responsável e tentar passar o protagonismo da história aos personagens vitimizados. Acredito que fomos capazes de fazer um bom trabalho não apenas na exposição do ato mas também na sua repercussão. Acho que isso foi muito importante na história de Brianna nesta temporada, porque pudemos acompanhar a longa duração do impacto causado quando você é violentada e como isso altera não apenas a pessoa, mas também sua família.
Então, sim, esta é definitivamente uma parte da série de livros e, então, também é parte do show. Está no seu DNA mas acredito que todos nós passamos muito tempo tentando fazer as cenas da maneira correta. Como atores, desde o início, Ron Moore deixou bem claro que tinha a intenção de fazê-lo de maneira diferente. Ele não queria produzir o sexo típico da TV e queria fazê-lo de acordo com a percepção feminina do estupro, o que nos coloca em um ambiente mais seguro. Depois, há uma sucessão de conversas para garantir que a cada vez que uma dessas cenas ocorresse, não seria apenas o “façam o que devem fazer” e, então, faríamos a mesma coisa, mais uma vez. Para cada cena existe uma conversa porque a maneira como você se sente sobre você mesma e sobre seu corpo, sobre onde você está, muda de um dia para o outro, de um mês para o outro. Você precisa constantemente garantir que todos estejam confortáveis e de acordo com o que vai estar na Internet, com as fotos ou vídeos, pelo resto das suas vidas.
Temos muita sorte por poder contar com um diálogo aberto com nossos produtores e roteiristas. É muito importante manter esse canal aberto e também essas conversas tão intensas.”
Dá para manter um olhar feminino mesmo se o diretor for um homem?
Caitriona Balfe: “Sim, é claro. Acho que existe essa ideia de que somente mulheres podem dizer coisas sobre mulheres e somente homens podem falar sobre homens, mas isso é uma grande bobagem. Nós tivemos alguns diretores homens que foram muito mais sensíveis e mais sintonizados com sua sensibilidade e com sua sensibilidade emocional do que algumas mulheres diretoras, mas não acho que isso depende do seu sexo. Acredito que trata-se de respeito, de sensibilidade, e acho que todas as pessoas possuem essa capacidade.”
Fonte: Showbizjunkies em 12/02/2019
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