3ª Temporada,  Caitriona Balfe,  Claire Fraser,  Escócia,  Frank Randall,  Jamie Fraser,  Outlander,  Resenha,  Sam Heughan,  Série,  Tobias Menzies

Outlander : 3×01 – The Battle Joined

resenhas

“Sing me a song of a lass that is gone. Say could that lass be I? Merry of soul  she sailed on a day. Over the sea to skye…”

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Depois de mais de um ano com a separação do nosso casal e de um Droughtlander tão longo e difícil, que por muitas vezes até pensei que não fosse possível sobreviver a ele, Outlander enfim voltou! Jamie, Claire e Frank também voltaram e eu não poderia ficar mais feliz.

Voltou e foi emocionante escutar novamente a abertura e notar a introdução de novos elementos a ela como correntes, a camisola de uma noite mais quente de paixão, arco e flecha, cirurgia, dando nuances da história a ser contada… e como a abertura, Outlander retornou de forma belíssima também.

Jamie está padecendo em seu purgatório particular após Culloden, em meio à desolação de corpos e toda destruição que uma guerra pode provocar a um ser humano. Jamie sofre com a dor física e psicológica, e vai sendo bombardeado com pequenos flashbacks fora de ordem sobre os acontecimentos de antes e durante a terrível batalha.

Através dos olhos febris e repletos de dor de Jamie a batalha foi se apresentando como em um pesadelo. E desta forma como foi apresentada a narrativa não ficou arrastada e cansativa, foi ótimo ver os momentos de Jamie sendo intercalados na batalha com os de seus companheiros e também ver os momentos da nova vida de Claire no futuro, que falarei mais à frente sobre isso. O que foi devastador foi reconhecer tanto em Jamie como em Claire toda a dor pela perda de cada um nesse momento de suas vidas.

E durante a batalha o grande e esperado encontro aconteceu, entre Jamie e Black Jack Randall, foi grandioso e a melhor parte dessa batalha. Com certeza Tobias Menzies e Sam Heughan nos brindaram com atuações maravilhosas.

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Desde o primeiro momento em que eles se vêem no campo de batalha a tensão é anunciada, são pequenos detalhes que surgem em suas expressões que nos propiciam as muitas emoções que aqueles personagens carregam e vão extravasar nesse confronto.

A virada de cabeça de TobiasSam torcendo a sua boca em um pequeno sorriso e o olhar que eles trocam. E assim é travada uma luta sangrenta sem palavras e de forma poética é quase como se fizessem a última dança entre esses dois inimigos mortais.

Há além do ódio, repugnância e o desejo de matar, uma tensão sexual absurda em ver dois grandes personagens se enfrentando assim. E foi simplesmente fenomenal ver a entrega desses dois grandes atores em cena.

Tudo o que é mostrado é através do olhar de sofrimento de Jamie e neste momento há de se reverenciar ao talento de Sam Heughan. Jamie quase não possui falas nessas cenas, ele está entregue à morte, a maioria dos seus amigos morreram,a guerra que ele tanto lutou para que não existisse aconteceu e o seu amor, Claire, foi embora. Para Jamie não existe mais esperança e ele simplesmente decide aguardar que a morte o visite.

E Sam sem usar palavras demonstra toda essa desesperança e sofrimento em seus olhos e com a sua respiração difícil como se a cada arfada fosse impossível suportar viver. Com certeza ele arrasou neste episódio e nos brindou com uma atuação perfeita, assim como ele já havia mostrado no episódio 15 da 1ª temporada. Um momento belíssimo e muito triste foi quando Jamie está sendo resgatado por Rupert no campo de batalha e ele em seu delírio vê Claire caminhando linda em meio aos corpos, indo até ele e o tocando como sempre fazia dando amor, mas infelizmente ela não estava mais lá para curá-lo.

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Jamie é levado por companheiros para uma cabana quando são encontrados por soldados ingleses e como traidores serão levados um de cada vez para serem fuzilados. E nesse momento sentimos através do olhar e das expressões de dor no rosto de Jamie todo o medo, angústia e tortura que ele passa em ficar deitado sentindo dores à espera de sua hora de receber a sua sentença, enquanto se despede e ouve os seus companheiros bravamente irem ao encontro da morte.

Quando ele está pronto para enfrentar a morte, é reconhecido por Lorde Melton (irmão de um querido e conhecido personagem, Lorde John Grey) e como Jamie havia poupado a vida do seu irmão antes, Lorde Melton sente-se em uma dívida de honra e assim poupa a vida do nosso herói enviando ele para Lallybroch escondido em uma carroça de feno.

Eu no início dessa resenha me referi ao purgatório de Jamie por imaginar todo o sofrimento que ele passou caído naquele terreno pantanoso sozinho, ferido e sangrando muito, com o corpo do seu inimigo mortal caído por cima dele, depois sendo levado e deixado em um local sem cuidados médicos, apesar de receber o apoio moral de seus companheiros. E depois tendo que fazer uma viagem naquelas condições até a sua casa. Só mesmo um homem como Jamie Fraser para suportar e sobreviver a tudo isso.

Claire está em 1940, ou seja, no seu tempo e tentando se adaptar a essa nova realidade. Enquanto Jamie decide morrer, Claire parece realmente querer lutar por essa nova vida. Na verdade Claire está travando uma luta interna consigo mesma.

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Ela está em um país novo, em uma casa nova e tentando se acostumar e adequar às regras impostas a mulher, como o exemplo que a sua vizinha dá ao descrever a relação com o marido dela: “Bem, Deus sabe que eu amo Jerry, e eu amo, apesar do que você possa pensar. Ele realmente não é diferente da maioria dos homens neste mundo que não querem que suas esposas façam algo fora do comum. Cozinhe, limpe, crie as crianças, pareça bonita quando conhece o chefe. Você é sortuda. Você não encontrará outro homem como Frank novamente.”

A adaptação de Claire a esse novo mundo é muito difícil, pois ela não queria ter voltado e muito menos ter abandonado o seu amor. Mas voltou e aceitou viver com Frank. Ela tenta se adaptar com as modernidades da época, mas Claire sente-se totalmente desajustada e com falta da sua outra vida, afinal nessa não existe Jamie. Ela tenta ter um relacionamento com Frank, mas é um relacionamento fadado ao fracasso.

Confesso que o Frank da série é apresentado muito melhor que o Frank dos livros e torna-se impossível não sentir empatia por ele durante essa adaptação. Caitriona Balfe é uma atriz maravilhosa e ela consegue colocar em seu olhar toda a angústia, tristeza e luto pela perda de seu grande amor. O luto está presente lá no fundo dos seus olhos.

Falando sobre as pessoas da década de 1940, a sociedade continua lembrando para Claire qual o seu lugar nela, como na reunião de trabalho com os colegas de Frank em que Claire se sente mais como um adorno do que um ser pensante que possa ter uma opinião política ou a escolha por uma carreira.

E é interessante ver uma das grandes diferenças entre Jamie e Frank, porque Jamie mesmo sendo um guerreiro do passado e sem entender o que Claire falava ou fazia, ele a ouvia e a defendia. Frank é um homem do futuro, mas apenas tolera o comportamento de Claire, não entendendo realmente o quanto é importante para ela ser independente e lutar por seus direitos.

A dinâmica do relacionamento difícil entre Claire e Frank continua até ele pedir para que ela tome uma decisão, ou seja, que vá ou fique, mas que decida se quer realmente viver e deixar o passado para trás. É claro que é compreensível ver o sofrimento de Frank em querer ter o amor de sua mulher e tocá-la novamente, mas também é fácil se colocar no lugar de Claire e perceber que ela está vivendo o seu luto, Jamie ainda está vivo e presente nela; e que qualquer toque é algo insuportável.

Depois de uma discussão acalorada com direito a cinzeiro voando pela cabeça de Frank e depois com ele dormindo no sofá, Claire entra em trabalho de parto bem no momento em que Frank escrevia para o seu amigo Reverendo na Escócia, depois dele não conseguir dormir com o tic tac do relógio e com a torneira pingando como se fossem a sua consciência questionando o por que de um historiador não querer descobrir mais sobre um personagem fictício ou não do século XVIII e que transformou tanto a sua vida. Confesso que eu dei muita risada e fiquei com peninha do Frank naquele sofá, aliás, o mau humor de Frank com as mudanças é nítido que diga-se a sua revolta com o chá de saquinhos.

Bem e o que falar sobre o parto da Claire? Simplesmente a mulher não era ouvida, nenhum parente podia ficar presente e daí sem a permissão dela era obrigada a dormir e quando acordava bingo, ela ganhava um bebê, mais uma das violências impostas à mulher infelizmente. A cena em que Claire acorda logo após o parto foi emocionante, não teve como não lembrar da sua cena no episódio Faith da 2ª temporada quando ela acorda após saber que a sua filha nasceu morta. E o desespero com Claire falando: “Cadê o meu bebê?” – só realmente quem já sofreu um aborto ou uma perda assim pode entender o medo e a dor que Claire sentiu.

Como também possa entender que ela dê uma oportunidade ao seu coração para amar novamente, pois enfim ela ganhou vida novamente ao segurar a sua filha e assim pode aceitar o amor de Frank e construir essa nova família.

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Que episódio maravilhoso e feito com o equilíbrio correto entre os personagens, bem desenvolvido, cenas belíssimas e com a combinação certa de tensão e grandes momentos de emoção.

Mas realmente o que foi maravilhoso e impactante foi a forma como os atores se entregaram aos seus papéis. Como Grant O’Rourke com o seu leal Rupert Mackenzie mesclando momentos engraçados e de coragem, com Tobias Menzies dando ferocidade ao seu Black Jack Randall e um olhar doce ao apaixonado Frank.

Quando me perguntam o porquê da minha paixão por Outlander, eu sempre digo que Outlander é muito mais que um simples romance e nesse episódio de retorno de temporada isso ficou muito claro, onde tantos sentimentos, histórias, embates históricos e sexuais foram travados. Mais uma vez eu presenciei o desempenho maravilhoso de Tobias e Caitriona, mas eu fui agraciada com uma atuação fenomenal de Sam Heughan.

Feliz e ansiosa por ver como a história de Claire e Jamie serão contadas e o que esses 20 anos de separação farão com os nossos heróis.

OUT¹: Não perdi as esperanças de que o meu querido de humor ácido preferido ainda esteja vivo, afinal, não vi a sua morte e nem o seu corpo. #VivaMurtagh

OUT²: Jamie morrendo e não perdendo o seu bom humor: Me mate ou vá embora! – Amo o Jaime.

OUT³: Mais do que nunca quero ver a vida de Claire durante o século XX e vê-la travando as suas lutas contra o sexismo, sua rotina de dona de casa, como mãe e seu desejo por ter uma carreira. Ah, porque Claire vai lutar e será uma boa briga com certeza!

OUT4: O que foi aquela enfermeira jogando um balde de gelo no momento família de Frank com aquela pergunta: De onde vem o cabelo ruivo? – Minha senhora melhor deixar para Os Casos de Família.

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Educadora que ama livros, séries e filmes. Sonho encontrar um portal e viajar no tempo por vários lugares e épocas. Sou uma apaixonada por Outlander, Claire e Jamie Fraser.

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