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Daily Line: Assumindo riscos

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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Nós ficamos em silêncio por um momento e Roger balançou a cabeça; eu achei que ele já estava quase dormindo e dobrei as pernas para me levantar e levar todos para a cama quando ele ergueu a cabeça novamente.

“Tem uma coisa…”

“Sim”

“Você alguma vez encontrou um homem chamado William Buccleigh MacKenzie? Ou, talvez, Buck MacKenzie?

“Não,” eu respondi devagar. “Embora o nome me pareça familiar. Quem é ele?”

Roger passou a mão pelo rosto e, vagarosamente, pelo pescoço até o lugar onde estava a cicatriz branca deixada por uma corda.

“Bom… é o homem que me levou para a forca, para começar. Mas ele também é meu quinto avô. Nenhum de nós sabia disso na época,” ele acrescentou, quase se desculpando.

“Entendo,” eu disse, embora não entendesse muito bem. Mas o nome parecia familiar. “E, então…?”

“Ele é o filho de Geillis Duncan e Dougal MacKenzie,” disse Roger baixinho.

“Ai Meu Jesus… Oh, perdão. Você ainda é um pastor?”

Ele sorriu , embora as marcas do cansaço estivessem bem claras no seu rosto.

“Não acho que esta expressão seja adequada,” ele disse. “Mas se você estivesse prestes a dizer ‘Oh, meu Deus,’ eu não me importaria. Seria mais apropriado para a situação, pode-se dizer.”

Então, em poucas palavras ele me contou como Buck MacKenzie tinha chegado à Escócia em 1980 e logo viajou de volta com Roger em um esforço para encontrar Jem.

“E ainda tem muito mais,” ele me garantiu. Mas o final da história, até agora, é que nós o deixamos na Escócia. Em 1739. Com… hum…”

“Com Geillis?” Minha voz subiu involuntariamente e Mandy se contorceu e emitiu pequenos sons de irritação. Eu rapidamente a acariciei e a coloquei em posição mais confortável. “Você a encontrou?”

“Sim. É… uma mulher interessante.” Havia uma caneca no chão ao seu lado com cerveja pela metade; Eu podia sentir o cheiro do fermento e do lúpulo amargo de onde estava. Ele a apanhou e parecia estar se decidindo entre beber seu conteúdo ou derramá-lo sobre sua cabeça mas, eventualmente, tomou um gole e a colocou de volta.

“Eu… nós… queríamos que ele viesse com a gente. É claro que seria arriscado, mas nós conseguimos encontrar um bom número de pedras preciosas, eu achei que conseguiríamos, todos juntos. E… a mulher dele está aqui.” Ele acenou vagamente para a floresta distante. “Na América, eu quero dizer. Agora.”

“Eu me lembro vagamente disso, da sua genealogia.” No entanto, a experiência tinha me ensinado que havia limites na crença de qualquer coisa gravada no papel.

Roger assentiu com a cabeça, bebeu um pouco mais de cerveja e limpou a garganta, com força. Sua voz estava rouca e quebradiça por conta do cansaço.

“Eu imagino que você o perdoou por…” eu fiz um movimento rápido em direção à minha própria garganta. Eu podia ver a sombra da pequena cicatriz que deixei quando fiz uma traqueotomia de emergência com um canivete e a boquilha de um cachimbo de âmbar.

“Eu senti amor por ele,” ele disse simplesmente. Um sorriso fraco surgiu por trás da barba negra e do aspecto cansado. “Quantas vezes você tem a chance de amar alguém que deu o próprio sangue por você, a própria vida, sem nunca saber quem você viria a ser, ou mesmo se chegaria a existir?”

“Bem, você assume riscos quando tem filhos,” eu disse, colocando a mão gentilmente na cabeça de Jem. Seu cabelo estava quente e sujo, mas macio sob os meus dedos. Ele e Mandy cheiravam a cachorrinhos, um cheiro doce e forte, cheio de inocência.

“Sim, disse Roger gentilmente. “Você assume riscos.”

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 18/08/2016

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