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Daily Line: Superlotação

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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A pequena estrutura de madeira para onde o tenente os levou poderia ter sido originalmente um galinheiro, pensou Brianna enquanto tentava se esquivar de uma frágil viga. No entanto, alguém vivia ali; havia no chão dois paletes rústicos com alguns cobertores, um banquinho que sustentava uma bacia de cerâmica lascada e manchada e um penico em estanho em condições bem melhores.

“Eu peço desculpas, madame,” disse o tenente pela décima vez. “Mas metade das nossas tendas foram levadas pelo vento e os homens estão prendendo as outras.”Ele apanhou sua lanterna e observou com incerteza o líquido escuro que escorria através das tábuas de uma das paredes. “Não parece estar vazando muito. Ainda.”

“Está ótimo,” Brianna afirmou enquanto saia do caminho para que seus dois enormes acompanhantes pudessem se espremer atrás dela. Com quatro pessoas dentro do estábulo, não havia literalmente espaço para se virar, muito menos para se deitar e ela apertou a caixa com seu bloco de esboços embaixo da capa pois não queria que fosse pisoteado.

“Estamos muito gratos ao senhor, tenente.” William estava quase curvado ao meio sob o teto baixo, mas conseguiu acenar com a cabeça na direção de Hanson. “Alguma comida?”
“Imediatamente, senhor,” garantiu o tenente. “Sinto muito por não haver fogo, mas pelo menos não ficarão na chuva. Boa noite, sr.ª Mackenzie – e obrigado mais uma vez.”
Ele se contorceu para passar por John Cinnamon e desapareceu na noite tempestuosa, segurando o chapéu na cabeça.

“Você pode ficar com aquele,” William disse à Brianna, indicando com o queixo o saco de dormir que estava mais distante da parede com vazamento. “Cinnamon e eu usaremos o outro em turnos.”

Ela estava muito cansada para discutir com ele. Ela colocou a caixa com os esboços na cama, sacudiu o cobertor e quando viu que nenhum percevejo, piolho ou aranha caiu, ela se sentou e sentiu-se como um fantoche cujos cordões tinham acabado de ser cortados.

Ela fechou os olhos e ficou ouvindo enquanto William e John Cinnamon negociavam a circulação no local, mas deixou que aquelas vozes baixas passassem por ela como o vento e a chuva no lado de fora. As imagens aglomeravam-se por trás dos seus olhos fechados, a grama pisada na trilha do rio, os rostos desconfiados dos sentinelas britânicos, a luz em constante mudança no rosto do homem morto, seu irmão movendo o queixo da mesma maneira que o pai dela, ou deles, fazia… faixas de água escuras e outras brancas deixadas pelo excremento das galinhas sobre tábuas prateadas sob a luz da lanterna… luz… parecia que mil anos haviam se passado desde a última vez em que assistira o sol da manhã adquirir um brilho rosa através da pequena e suave orelha de Angelina Brumby…

Ela abriu os olhos no escuro, sentindo uma mão no seu ombro.
“Não durma antes de comer alguma coisa,” disse William, parecendo achar tudo divertido. “Eu prometi que lhe daria comida e não gostaria de faltar com minha palavra.”
“Comida?” Ela balançou a cabeça, piscando. Um brilho repentino surgiu por trás de William e ela viu o grande índio colocar uma panela de barro perto da vela que acabara de acender. Ele inclinou a vela sobre o fundo do penico que estava virado para baixo e prendeu-a na cera derretida, mantendo-a firme no lugar até que a cera endurecesse.
“Me desculpe, eu deveria ter perguntado se queriam mijar primeiro, “disse Cinnamon, lançando um olhar culpado para ela. “É que não há nenhum outro lugar para colocar a vela.”

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 01/08/2017

 

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