[Resenha] Outlander 6×01 – Echoes
“Nunca tive medo de fantasmas. Convivo com eles diariamente. Quando me olho no espelho, os olhos da minha mãe me olham de volta. Minha boca se curva com o sorriso que atraiu meu bisavô ao destino que sou eu. Claro, não são esses fantasmas caseiros que perturbam e azedam a vigília. Olhe para trás! Segure uma tocha para iluminar os recessos da escuridão. Ouça os passos que ecoam quando você anda sozinha. O tempo todo, fantasmas passam voando por nós, escondendo-se no futuro. Cada fantasma vem espontaneamente das terras enevoadas dos sonhos e do silêncio. Nossas mentes racionais dizem: Não, não é. Mas outra parte, uma parte mais antiga, ecoa sempre suavemente no escuro: Sim, mas pode ser.” – Claire Fraser
Outlander está de volta depois de um longo período e nos brindou com um episódio pontuado pelos traumas e conflitos causados no passado e, que como fantasmas assombram nossos heróis. Logo no começo do episódio, um flashback nos leva à prisão de Ardsmuir no momento em que um Jamie ainda enlutado pela derrota em Culloden e a perda de Claire, chega como um guerreiro sem vida e um fantasma do que fora. Os homens que lutaram com ele e já tinham ouvido falar dele, se animam com a chegada do seu líder. Mas Jamie não queria mais lutar e liderar, só queria passar despercebido e cumprir a sua pena.
Havia uma divisão entre os prisioneiros. De um lado os highlanders que lutaram pela liberdade da Escócia e não admitiam a soberania inglesa, já do outro lado os escoceses que aceitavam a Coroa Inglesa como governo. E como líder dessa parcela de prisioneiros havia a figura de Tom Christie. Um religioso que era fiel à Coroa e também uma pessoa preconceituosa. A liderança de Christie se mostrou injusta para com aqueles que não seguiam os seus preceitos, chegando ao ponto de acontecer um assassinato durante uma das brigas que ele não conseguiu conter.
Jamie percebe que Tom tem influência sobre o governador da prisão e então assumi a liderança de seus homens como também de alguns dos homens de Christie. Ele pede ao governador que o torne um maçon assim como Christie, pois mesmo sendo um católico poderá unir os homens, deixando as diferenças religiosas e políticas de lado para uma coexistência mais pacífica e justa. Então, durante o período que estão naquela prisão eles se tornam maçons e podem conviverem melhor sendo somente escoceses.
De volta à Fraser’s Ridge vemos Tom Christie aparecendo à porta da casa dos Frasers e sendo recebido por Roger. Ele junto com sua família e mais alguns pescadores que trouxe com ele, quer fazer parte dos colonos da colina. Jamie chega e reencontra o seu antigo rival que continua intolerante e preconceituoso como antes. Eu gostei desse flashback e de mostrar mais um pouco sobre Ardsmuir, da relação de Jamie e Tom, da introdução dos Christie na trama, como também de como Jamie sempre é empurrado para a liderança mesmo quando ele não a quer, mas principalmente de mostrar como ele usa sempre a inteligência para superar seus rivais.
Jamie não quer aceitar o cargo de agente indígena oferecido pelo governador Martin porque mesmo que ele não admita, ele não quer se ausentar de Fraser’s Ridge e ficar longe de Claire depois de tudo o que aconteceu com ela quando foi sequestrada, brutalizada e violentada por Lionel Brown e seus homens. Porém, ele acaba decidindo em aceitar o cargo depois que Richard Brown e seu comitê de segurança, agem de forma arbitrária e é informado pelo Major McDonald que se ele não aceitar o cargo, Richard Brown será o agente indígena. Sinceramente não suporto olhar para a cara desse Richard Brown, imagino a pobre da Claire se sente.
Claire como médica e mulher da ciência que é, está produzindo o éter, um anestésico para que possa usar em seus pacientes e minimizar assim o sofrimento deles. Ela tenta voltar a sua rotina normal e sempre assegurando a todos e, principalmente a Jamie e Brianna que também passaram por traumas violentos que ela está bem. É evidente que ela não está bem e o primeiro sinal é não falar e não admitir os seus medos. Assim como acontece com Marsali que também passou por uma violência durante o sequestro de Claire e passa por problemas em seu casamento com Fergus, mesmo que não admita que se sente sozinha porque o marido sempre está ausente e bebendo muito. Já Fergus por não ter uma mão se sente uma decepção por não poder defender sua esposa e sustentar sua casa.
Foi um episódio muito bom e no ponto certo para introduzir todo o drama que a chegada dos Christies trará à vida de Jamie e Claire e, de toda a colina. A intolerância, o fanatismo, inveja e preconceito de Tom, assim como a cobiça nos olhos de Allan e Malva – sem dar spoilers, mas me sinto mal com tudo o que esses dois farão mais a frente com Jamie e Claire e é bem difícil olhar para eles -. No ponto certo também para mostrar que mesmo as pessoas mais fortes carregam traumas e não conseguem admitir que têm fraquezas. Marsali e Fergus precisam se reconectarem e enfrentarem seus medos e problemas juntos. E Claire precisa lidar com sua dor e todos os fantasmas que carrega após a violência que sofreu. Espero que em breve ela admita que precisa de ajuda e que não volte a buscar a fuga no éter. Uma mudança interessante no roteiro, mas perigosa também.
Out ¹: Frases deste episódio:
“O que conhecemos, alguns nunca vão ter. Não é justo nem razoável, mas é eterno. E é nosso. Se ela te ama como você ama, ela estará sempre com você.” – Jamie Fraser
“Você sempre esteve comigo.” – Jamie Fraser
“Às vezes, eu acho que você é um anjo, Claire.” – Jamie Fraser (Ah, amor mais lindo esse de Jamie por Claire.)
Out²: Eu não vejo a hora da história de Lizzie acontecer. Lizzie foi a revelação de Outlander.
Out³: Que lindos Germain, Joan e Félicité e não vejo a hora de ver como o pequeno Jemmy está.
Out4: Sempre vou achar a fotografia e trilha sonora de Outlander lindas, mas a trilha sonora desta temporada eu não gostei.
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