[Resenha] Outlander 5×07 – The Ballad of Roger Mac
“O mundo e cada dia nele é um presente. O que quer que o amanhã traga, sou grato por vê-lo.” – James Fraser
Em setembro de 2008, eu ouvi falar pela primeira vez sobre Outlander. Uma amiga querida falou que se tratava de uma saga de livros que segundo ela, “eu iria amar“. Realmente eu amei, viciei, mas acima de tudo me tornei uma apaixonada por Outlander. A paixão foi tão grande que quando a série estreou em agosto de 2014, eu estava desesperada em busca de notícias sobre tudo que fosse relacionado à adaptação dos livros de Diana Gabaldon e olha que naquele tempo só havia um grupo de Outlander no Brasil, além de ser uma virgem em assuntos como fandom, shipers, antis, prometidas, haters e por aí vai. Confesso que como leitora voraz, sempre tenho um pé atrás com adaptações literárias – sim, admito ser culpada por ser preconceituosa -. Mas qual não foi a minha surpresa quando em agosto de 2014, ao assistir ao episódio 1 x 01 – Sassenach, simplesmente fui arrebatada pela série, pelo roteiro bem escrito, pela fotografia deslumbrante, pela linda trilha sonora, por ver Jamie na tela – mesmo que às vezes faltasse um pouco do bom humor escocês dele -, por Caitriona Balfe dar vida à minha personagem preferida, mas principalmente por ver o universo de Outlander ganhar vida, cor e som na tela. Eu considero que a primeira temporada de Outalnder foi perfeita e a melhor de todas até o momento, porém no episódio desta semana, eu me senti aquela pessoa apaixonada que sorria enquanto lágrimas caíam pelo rosto quando assistia a primeira temporada. O episódio 5 x 07 – The Ballad of Roger Mac foi maravilhoso e épico e me fez reviver essa sensação.
Jamie faz aniversário. Cinquenta anos desse personagem que é corajoso, inteligente, forte, guerreiro, sensível, poliglota, com multi profissões (fazendeiro, soldado, ladrão de gado, comandante, gráfico, comerciante de bebidas, contrabandista, fabricante de bebidas e sabe-se lá mais o quê, afinal, ainda teremos o nono e décimo livro). Jamie acorda na manhã do seu aniversário na barraca do acampamento da milícia, fazendo o inventário como Claire tão bem expôs. Ele reconhece que o tempo passou, mas como a sua Sassenach afirma, o mesmo Jamie Fraser de antes ainda está lá. Ele lembra do pai que não teve a oportunidade de chegar na idade dele e agradece pelo presente da vida. Claire então deseja feliz aniversário e o presenteia com um amorzinho matinal. A cada beijinho, olhar apaixonado trocado, sorriso, com ela cantando o parabéns para você, é tão o Jamie e a Claire dos livros. Há tanta intimidade, tanto amor e desejo nesta cena. É o casal que amo e que faz de Outlander ser uma história singular. Parabéns pela química dos protagonistas e parabéns James Fraser por ser um espetáculo de coroa!
Eles estão prontos para a batalha contra os reguladores comandados por Murtagh. Claire com o seu hospital de campanha organizado e Jamie preparando os seus homens. Ele sabe que a batalha é iminente e por isso chama por seu tio Dougal que é sangue do seu sangue, que era um chefe de guerra, treinou e lutou com ele em várias oportunidades. Jamie fala para Claire que já fez as pazes com o tio e quer que ele o acompanhe neste momento. Claire lembra que ele enfrentará outro parente na batalha que virá.
Brianna se recorda que estudou no seu tempo que esta batalha de Alamance fica conhecida como a centelha da Revolução Americana e que os reguladores serão massacrados pelas tropas do governador. Jamie precisa avisar Murtagh sobre a informação que Brianna trouxe, para que ele convença os homens de desistirem da batalha. Roger se voluntaria afirmando que só ele pode fazer isso porque Murtagh sabe que ele veio do futuro e vai acreditar nessa informação. Jamie fala que é muito perigoso, mas Roger insiste na missão. Jamie pede que ele esconda a flor amarela que diferencia os milicianos dos reguladores e no caso de ser capturado que levante a bandeira branca da trégua, não fale nada e chame por ele.
O governador Tryon está obstinado em acabar com o movimento de revolta dos reguladores, ele quer a guerra e avisa aos reguladores através da carta que enviou pelo Reverendo Caldwell. Além da gana de querer o confronto, Tryon faz com que Jamie use um casaco vermelho dos ingleses. Um escocês tendo que vestir o uniforme do exército que trouxe tanto sofrimento para ele e para o seu povo é algo inimaginável. Me senti representada pela Claire quando o viu vestido de red coat e soltou um chocado Jesus H. Roosevelt Christ! Governador Tryon, vossa excelência entrou para a galeria dos meus personagens com a etiqueta ranço de qualidade adquirida.
Jamie vai para a batalha e percebe que precisa lutar como os reguladores mesmo que não queira a guerra, ele precisa se salvar e proteger os seus homens. As cenas de batalha são impactantes, bem feitas e dirigidas. Vemos durante a ação todo o horror que uma guerra pode trazer aos dois lados: dor e destruição. Claire trabalha em seu hospital com a ajuda de Brianna e cuida de Isaiah Morton que levou um tiro à queima roupa pelas costas. O Romeu apaixonado e sem juízo, foi lutar na milícia mesmo com os Brown querendo matá-lo de qualquer jeito. Claire chega à conclusão de que o ferimento de Isaiah foi causado por um dos Brown e o odioso do Lionel Brown quebra a seringa de penicilina de Claire, o que fará muita falta para ela com certeza. Lionel Brown, seu irmão Richard e outros Brown também estão na minha galeria com a etiqueta ranço, mas com vários níveis acima.
Durante a batalha Jamie tem um confronto com um dos reguladores e quase leva um tiro, mas é salvo por Murtagh. Que por uma ironia do destino leva um tiro fatal de um dos jovens recrutas que Jamie mais cedo orientou para que não hesitasse em matar. Murtagh morre nos braços de Jamie, que desesperado e em negação pede ajuda para que o levem até Claire, porque ela vai saber o que fazer e o trazer de volta. Claire atesta que Murtagh está morto e não pode fazer mais nada. Então, Outlander nos brinda com momentos únicos e devastadores. Como a dor por ver um personagem que me conquistou tanto com a sua lealdade e humor ácido. O sofrimento de Jamie em constatar que o seu padrinho e a figura de paterna partiu para sempre. O desespero de Brianna em ver o sofrimento que o seu pai está passando e angustiada porque Roger ainda não voltou. A tristeza de Claire ao se despedir do seu querido amigo e de testemunhar a dor que Jamie está passando. A revolta e indignação de Jamie ao confrontar o governador pelo massacre de tantos e depois ao jogar aquele casaco vermelho no chão se desprendendo da obrigação de servir a Tryon e à Coroa Inglesa. E principalmente a solidão de um guerreiro abatido por tanta dor que sozinho chora a sua perda.
Jamie descobre que Roger ainda não voltou e sai com Claire, Brianna e alguns dos seus homens à procura de Roger Mac. Um pouco antes vimos Roger no acampamento dos reguladores tentando convencer Murtagh a desistir da batalha. Quando ele está voltando reencontra com Morag Mackenzie – a sua tatatatatatatatatataravó que ele conheceu e ajudou no navio de Bonnet -, avisa que ela deve partir com a família o mais rápido possível, pois ele faz parte da milícia e os reguladores vão perder a guerra. O inocente não se aguenta e abraça Morag, nesse momento o marido dela, Buck Mackenzie, o filho de Dougal e da bruxa Geillis Duncan aqui interpretado por um cabeludo Graham McTavish – quando eu ouvi a voz do Graham dei um grito de excitação e foi uma ótima sacada colocarem ele para fazer o papel -. Buck é um homem bruto e ciumento que pensa que Roger está querendo roubar a sua mulher quando Roger defende Morag. Buck com a ajuda de outros companheiros prende Roger, descobre que ele faz parte da milícia e o deixa desacordado.
Então no fim do episódio Jamie, Claire e Brianna encontram Roger enforcado. Um final chocante e arrebatador para um episódio épico.
Logo no início do episódio vemos Roger cantando para o filho uma canção. Desde a terceira temporada que Roger sempre consegue se comunicar através da música e da sua voz. Antes de sair para se encontrar com Jamie e os seus companheiros de milícia, Roger fala para Brianna sobre o seu temor de não voltar para o filho, porque quando o seu pai morreu na segunda guerra mundial, ele era um pouco mais velho do que Jemmy. Roger só um lembrete, Jemmy, Brianna e eu, esperamos que você volte e termine a canção: Oh my darling, oh my darling. Oh my darling, Clementine.
Que episódio maravilhoso que me deixou com um sorriso nos lábios e ao mesmo tempo fez com que eu me acabasse de chorar. Parabéns a todos os envolvidos, escritores, diretores, equipe de apoio, produtores – coincidentemente fiquei sabendo que a partir deste episódio Sam Heughan e Caitriona Balfe tiveram mais influência como produtores e que continuem assim porque a diferença foi enorme -, pelas ótimas atuações durante o episódio, mas principalmente pela fabulosa interpretação de Duncan Lacroix, Caitriona Balfe e Sam Heughan que veio crescendo muito como ator e neste episódio nos presenteou com uma performance visceral se desarmando de qualquer vaidade para nos entregar um Jamie machucado pela dor. Outlander volta à excelência e faz com que eu me recorde porque sou tão apaixonada por esse série.
OUT¹: O ator mirim escolhido para viver o pequeno Jemmy não lembra em nada o mini Jamie dos livros, mas parece muito com o ator Ed Speleers que faz o terrível Stephen Bonnet.
OUT²: Frases deste episódio:
“Eu tenho todos os dentes. Nenhuma das minhas partes está faltando. e meu pau ainda se levanta sozinho de manhã.” James Fraser
“Eu te amo, soldado.” – Claire Fraser /”Boa sorte, serve. Eu te amo é muito melhor.” Jamie
“Pode chegar um dia quando você e eu nos separaremos novamente, mas não será hoje.” – Jamie Fraser
“Eu nunca trairia sua mãe. Não importa quem peça. / Não tenha medo. Não dói nem um pouco morrer.” – Murtagh Fitzgibbons Fraser
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