Daily Line: Exultação e gratidão
POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana
(Trecho de VÁ DIZER ÀS ABELHAS QUE PARTI, Copyright 2019 Diana Gabaldon)
Estava escuro lá fora; a lua já havia se posto e ainda demorava para o amanhecer. Estava frio, mas o frio não me incomodava.
Eu o deixei pegar o bebê, finalmente. Senti suas mãos nas minhas quando ele o tocou, suas mãos estavam quentes e firmes, seu rosto estava iluminado. Ele ajoelhou-se cuidadosamente e passou o bebê para Susannah, colocando a mão sobre a criança para lhe dar uma benção.
Então, ele se levantou, envolveu meu corpo com a minha capa e me levou para fora. Eu não podia sentir o chão embaixo dos meus pés, ou mesmo ver a floresta, mas o ar frio cheirava a pinheiro e jazia como um bálsamo na minha pele quente.
“Tudo bem, Sassenach?” ele sussurrou. Eu parecia estar apoiada no seu corpo, embora não me lembre disso. Eu tinha perdido a noção de onde meu corpo começava e terminava; as partes pareciam estar flutuando em uma espécie de nuvem de exultação.
Eu senti as mãos de Jamie tremerem um pouco quando ele tocou meu rosto. Exaustão, eu pensei. O mesmo leve e constante tremor parecia me atravessar da cabeça aos pés, como uma corrente de eletricidade de baixa tensão.
Na verdade, eu já tinha passado pela fase de exaustão e já estava na outra extremidade, como as pessoas fazem, às vezes, em momentos de grande esforço: você sabe que sua energia corporal foi inteiramente consumida e, mesmo assim, possui um senso sobrenatural de clareza mental e uma estranha capacidade para continuar em movimento e, ao mesmo tempo, consegue ver tudo simultaneamente, de fora de si mesmo e do fundo do seu coração, as habituais camadas intermediárias de carne e pensamentos tornando-se transparentes.
“Eu estou bem,” eu disse e ri. Eu deixei minha testa descansar no seu peito e respirei fundo por um momento, sentindo todas as minhas partes descansarem, unidas novamente agora, enquanto o encantamento da última hora desaparecia em paz.
“Jamie,” eu disse alguns minutos depois, levantando a cabeça. “Que cor é o meu cabelo?”
(Meus agradecimentos à Harriet Bremer-de Maar pela adorável foto de abelha)
Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 28/11/2019
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