Daily Line: Procurando comida
POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana
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Nós caminhávamos lentamente, fazendo uma pausa aqui e ali sempre que eu encontrava alguma coisa para comer, medicinal ou fascinante. Como estávamos no outono, isso exigia uma parada a cada poucos metros.
“Oh!” eu disse, apontando para alguma coisa de um vermelho profundo aos pés de uma árvore. “Veja aquilo!”
“Parece ser uma parte fresca do fígado de um veado,” disse Jamie, espiando por cima do meu ombro. “Mas não tem cheiro de sangue e, então, imagino que seja uma daquelas coisas que você chama de fungo de prateleira.”
“Muito astuto da sua parte. Fistulina hepática,” eu disse enquanto sacava minha faca. “Aqui, pode segurar para mim?”
Ele aceitou minha cesta com não mais do que um rolar de olhos e aguardou pacientemente enquanto eu cortava uns nacos frescos, já que havia toda uma colônia deles escondida embaixo das folhas espalhadas, como um punhado de lírios carmesim soltos da árvore. Eu poupei os menores para que pudessem crescer e, mesmo assim, ainda havia uns dois quilos de cogumelos bem carnudos. Eu os acomodei em camadas de folhas úmidas, mas retirei um pequeno pedaço e o ofereci para Jamie.
“Um lado faz você crescer, outro lado faz você diminuir,” eu disse, sorrindo.
“O quê?”
“Alice no País das Maravilhas, a lagarta. Eu explico mais tarde. Dizem que tem sabor de carne crua,” eu complementei.
Enquanto balbuciava “lagarta”, ele aceitou o pedaço que eu havia lhe oferecido, virando de um lado para outro, inspecionando-o de maneira crítica, para ter certeza de que não continha nenhuma perna traiçoeira. Então, colocou o fungo na boca e o mastigou com os olhos fechados, completamente concentrado. Depois que o engoliu, eu fiquei mais tranquila.
“Talvez carne crua velha, isso está ali há um bom tempo,” ele admitiu. “Mas, sim, um homem tem estômago para comê-lo.”
“Esta é realmente uma recomendação muito boa para um cogumelo cru,” eu disse, satisfeita. Se eu tivesse algumas anchovas, faria um belo molho tártaro para acompanhá-lo.”
“Anchovas,” ele disse pensativo. Faz anos que não como anchovas.” Ele lambeu o lábio inferior enquanto pensava nas anchovas. “Eu posso conseguir algumas, quando for para Wilmington.”
Eu o olhei com surpresa.
“Você está planejando ir antes da primavera?” Na verdade, as folhas das árvores ainda estavam tão grossas quanto as que caiam no chão. Mas, nas montanhas, o tempo podia mudar em menos de uma hora. Poderia nevar a qualquer momento até o mês de março.
“Sim, eu pensei em arriscar mais uma viagem antes do inverno chegar,” ele disse casualmente. “Você gostaria de ir, Sassenach? Eu achei que você poderia estar ocupada com as conservas.”
“Hum!” Era bem verdade que eu deveria passar todo o tempo encontrando, apanhando, defumando, salgando e fazendo conservas de alimentos, mas também era verdade que eu precisava reabastecer nossos estoques de agulhas, alfinetes, açúcar – isso era importante, eu iria precisar de mais açúcar para fazer as conservas de frutas – e linha, além de outras coisas para a casa e de remédios que não conseguia encontrar ou fazer, como casca jesuíta e éter.
E, uma vez lá, cavalos selvagens não me impediriam de ir com ele. Jamie sabia disso, também. Eu podia ver a lateral da sua boca se curvando.
Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 30/08/2017
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One Comment
Margarida Leite
Vocês são maravilhosas em compartilhar tudo sobre a nossa mágica série. Adorei!!!!
Muito obrigada!