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Daily Line: Roger

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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“Tudo começa com ___ e, se tiver sorte, termina assim também.” Roger engoliu em seco e eu pude sentir seu pomo-de-adão sob meus dedos. A pele da sua garganta estava fria e lisa no local onde eu a segurava, embora pudesse sentir o pelo da barba por fazer roçar o nódulo dos meus dedos, bem embaixo do maxilar. O dia já estava terminando; eu ouvia Brianna e Fanny batendo coisas na cozinha enquanto o jantar estava sendo preparado.

“Foi isso o que o Dr. McEwan disse?” eu perguntei curiosamente. “Eu me pergunto o que ele queria dizer com isso.”

Os olhos de Roger estavam fechados – as pessoas normalmente fechavam os olhos enquanto eu as examinava, como se precisassem preservar toda a privacidade possível, mas quando ele os abriu, eram de um verde profundo e penetrante, iluminados pelo sol que entrava pela minha janela de vidro.

“Eu perguntei. Ele disse que nada realmente tem início ou fim, até onde ele podia ver. Que as pessoas acham que a vida de uma criança começa no nascimento, mas isso não é verdade; você pode vê-la se movendo no útero e um bebê prematuro frequentemente vive por um breve período, você vê que ele está vivo de todas as formas, ainda que ele não possa manter a vida.”

Então, eu fechei os meus olhos, não porque estava perturbada com o olhar de Roger, mas para me concentrar na vibração das suas palavras. Eu movi minha mão um pouco mais para baixo.

“Bem, ele está certo sobre isso,” eu disse enquanto imaginava a anatomia interna da sua garganta. “Os bebês já nascem correndo, por assim dizer. Todos os aparelhos, exceto o respiratório, já estão em funcionamento antes do nascimento. Mas ainda assim é uma observação muito enigmática.”

“Sim, é verdade.” Ele engoliu novamente e eu senti sua respiração quente na pele do meu antebraço. “Eu o provoquei um pouco porque ele obviamente considerava aquilo uma explicação, ou pelo menos a melhor explicação que poderia me dar. Acho que você não consegue descrever o que realmente faz enquanto está curando uma pessoa, não é?”

Eu sorri, ainda de olhos fechados.

“Oh, eu bem que poderia tentar. Mas há um engano aqui: eu não curo as pessoas propriamente. Elas se curam sozinhas, eu apenas … dou apoio.”

Um som que não era bem uma risada fez que com que sua laringe produzisse um complicado pomo-de-adão duplo. Eu pensei que pudesse sentir uma ligeira concavidade sob meu polegar, onde a cartilagem tinha sido parcialmente esmagada pela corda… e coloquei minha outra mão na minha própria garganta, para fazer uma comparação.

“Isso é exatamente o que ele disse – Hector McEwan, quero dizer. Mas ele realmente curou pessoas. Eu o vi fazendo isso.”

Minhas mãos soltaram nossas gargantas e ele abriu os olhos novamente.

“Quando?” eu perguntei com uma pontada de curiosidade iluminada repentinamente pelas suas palavras. “Quem ele curou? E, o mais importante, o que ele fez?”

Roger sorriu, como se estivesse se lembrando de algo com carinho, mas ainda sentindo dor.

“Meu… er… não sei bem como chamá-lo. Quero dizer, na verdade, ele era meu quinto avô. Mas ele tinha mais ou menos a minha idade quando nós, er, nos conhecemos, e ele…?” Roger olhou diretamente para mim erguendo a palma da mão, sem forças, mas achando graça ao mesmo tempo. “Bem, às vezes ele não era exatamente um amigo, talvez fosse mais como um primo. E, bom …” ele colocou os dedos na cicatriz em sua garganta. “Foi ele quem me enforcou.”

“O quê?” Eu olhei para ele. “James MacQuiston?” Eu achava que este era o nome do homem que tinha denunciado Roger ao Governador Tryon como um dos conspiradores do Regulamento, o que o fez ser enforcado.

“Um pequeno mal-entendido,” disse Roger sorrindo. “Um nome falso, também. Seu verdadeiro nome é William Buccleigh MacKenzie.”

“William…” o nome lhe era familiar com certeza, mas quem? Então, a ficha caiu. “Não! Você não quer dizer…”

“Ah, sim,” ele disse ironicamente. “O filho de Geillis Duncan e Dougal MacKenzie.”

“Meu Jesus.”

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 10/07/2017

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