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Daily Line:“Problemas da Nobreza”

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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“A senhorita England?” Hal perguntou de repente.

“Às vezes,” William respondeu com sinceridade. “Mas eu não penso muito nisso,” ele acrescentou com menos honestidade.

“Eu penso.” O rosto do tio parecia estar relaxado, quase melancólico sob a luz fraca. “Mas você não tem uma esposa lá, ou filhos. Ainda nem tem um estabelecimento próprio.”

“Não.”

Ainda era possível ouvir os sons vindos do campo, embora parcialmente silenciados pelo ritmo das ondas aos seus pés e pela passagem de nuvens silenciosas acima das suas cabeças.

O problema do silêncio é que ele permite que os seus pensamentos se tornem insistentes, como o tique-taque de um relógio em uma sala vazia. A companhia de Cinnamon, o qual às vezes se mostrava bastante inquieto, lhe permitia escapar dos próprios pensamentos quando sentia necessidade.

“Como é possível que alguém renuncie a um título?”

Na verdade, ele não pretendia fazer a pergunta naquele momento e ficou surpreso ao ouvir as palavras saindo da sua boca. Tio Hal, por outro lado, não parecia nada surpreso.

“Você não pode renunciar.”

William olhou para o tio que calmamente ainda admirava o mar, com o vento fazendo mechas nos seus cabelos.

“Como assim, eu não posso? A quem interessa se eu renunciar ao meu título ou não?”

Tio Hal olhou para William com uma impaciência afetuosa.

“Não falo retoricamente, seu cabeça dura. É exatamente isso o que eu quis dizer. Você simplesmente não pode renunciar a um pariato. Não há nenhum meio na lei ou nos costumes que o permita, portanto, não pode ser feito.”

“Mas o senhor…” William calou-se perplexo.

“Não, eu não,” disse o tio secamente. “Se, na época, eu pudesse recusá-lo eu o teria feito, mas eu não pude, então eu não o fiz. O máximo que pude fazer foi parar de usar o título de “Duque” e ameaçar deixar aleijado qualquer um que fizesse uma referência ao título quando se dirigisse a mim. Foram necessários muitos anos para deixar clara a minha intenção,” ele acrescentou bruscamente.

“Sério?” William perguntou cinicamente. “E quem o senhor deixou aleijado?”

Ele realmente acreditava que o tio falava retoricamente, e foi pego de surpresa quando aquele que um dia foi um Duque e que ainda o era franziu a testa em um esforço para recordar-se de algo.

“Oh… vários escritores, eles são como baratas, você sabe: você esmaga uma e as outras correm para se esconder nas sombras mas, assim que você se vira, uma multidão delas volta feliz à cena e faz um banquete da sua carcaça enquanto espalha imundícies sobre a sua vida.”

“Nunca ninguém lhe disse que o senhor leva jeito com as palavras, tio?”

“Sim,” ele respondeu rapidamente. “Mas além de socar alguns jornalistas, eu desafiei George Washcourt, ele é o Marquês de Clermont agora, mas não era na época, Herbert Villiers, o Visconde de Brunton e um cavalheiro chamado Radcliffe. Ah, e o Coronel Phillips do 34º, primo do Conde de Wallenberg.”

“O senhor está falando de duelos? E lutou com todos eles?”

“Certamente. Bem, não com Villiers porque ele ficou doente do fígado e morreu antes que pudéssemos lutar, caso contrário… mas isso é irrelevante.” Hal sacudiu a cabeça para clarear seus pensamentos. A noite estava caindo e a brisa do mar estava fria. Ele envolveu o corpo com sua capa e apontou com a cabeça em direção à cidade.

“Vamos. A maré está subindo e eu vou jantar com Sir Henry em meia hora.”

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 19/02/2016

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