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Daily Line: Luz do Luar e Uivos

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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Eu estava em algum lugar mais profundo do que meus próprios sonhos e retornei à superfície como um peixe fora d’água – agitado e me debatendo muito.
“Whug” Eu não conseguia me lembrar de onde estava, ou quem eu era, ou como falar. Então, o mesmo som que me despertara antes se fez ouvir novamente. As palavras e os sentidos retornaram instantaneamente e eu busquei com as duas mãos alguma coisa na qual pudesse me apoiar. Lençóis. Colchão. Cama. Eu estava na cama. Mas Jamie não, somente um espaço vazio ao meu lado. Eu piscava como uma coruja enquanto virava a cabeça procurando por ele. Jamie estava de pé, nu, perto da janela, iluminado pela luz do luar. Seus punhos estavam tensos e cada um dos seus músculos estava visível por baixo da sua pele.
“Jamie!” Ele não se virou, nem parecia estar ouvindo a minha voz ou a agitação das outras pessoas na casa, também despertadas pelo uivo do lado de fora. Eu podia ouvir Mandy começando a chorar de medo e a voz dos seus pais correndo para confortá-la.
Eu saí da cama e, cautelosamente, me aproximei de Jamie, embora o que eu realmente quisesse era mergulhar debaixo das cobertas e cobrir minha cabeça com o travesseiro. Aquele som… eu dei uma espiada por cima do seu ombro, mas devido ao intenso brilho da lua, não consegui ver nada do lado de fora da casa que não devesse estar lá. Talvez tivesse vindo da floresta; as árvores e a montanha formavam uma escuridão intransponível.
“Jamie”, eu disse, mais calma enquanto envolvia firmemente seu braço com minha mão. “O que acha que é esse som? Lobos? Um lobo, quero dizer?” Eu esperava que houvesse apenas um daquilo que estava fazendo aquele som. Ele se assustou com meu toque, virou-se para olhar para mim e balançou a cabeça com força, tentando afugentar… alguma coisa.
“Eu…” ele começou com a voz rouca de sono e, então, simplesmente colocou os braços ao redor do meu corpo e me puxou para perto. “Eu pensei que fosse um sonho.” Eu pude senti-lo tremendo um pouco e o abracei o mais forte possível. Algumas palavras celtas sinistras como “ban-sidhe” e “tannasq” rondavam minha cabeça e sussurravam no meu ouvido. A tradição dizia que “ban-sidhe” uivava no telhado quando alguém que vivia na casa iria morrer. Bem, pelo menos o uivo não vinha do telhado.
“Seus sonhos costumam ser assim tão altos?” eu perguntei enquanto me encolhia diante de um novo uivo. Não fazia muito tempo que ele tinha saído da cama, sua pele estava fria, mas não estava gelada.
“Sim. Algumas vezes.” Ele deu uma risada rápida, quase sem fôlego e me soltou. Algo parecido com um trovão com pequenos pés vinha descendo o corredor e eu rapidamente me joguei de volta nos braços de Jamie quando a porta se abriu de repente e Jem entrou correndo, com Fanny logo atrás dele.
“Vovô! Tem um lobo lá fora. Ele vai comer os porquinhos!”
Fanny engasgou e levou a mão à boca. O medo estava estampado nos seus olhos. Não pela morte iminente dos porcos, mas por perceber que Jamie estava completamente despido. Tanto eu quanto ele tentamos protegê-lo com minha camisola, mas não havia muito tecido enquanto havia muito de Jamie para esconder.
“Volte para a cama, querida,” eu tentei dizer calmamente. “Se for um lobo, sr. Fraser vai cuidar dele.”
“Moran taing, Sassenach,” ele sussurrou pelo canto da boca. “Jem, pegue a minha manta, ok?”
Jem, para quem ver o avô nu já era uma rotina, apanhou a manta que estava no gancho perto da porta.
“Posso ir também e ajudar a matar o lobo?” ele perguntou cheio de esperança. “Eu poderia atirar nele. Sou melhor do que o papai, ele sempre diz isso!”
“Não é um lobo,” disse Jamie rapidamente enquanto ajeitava o tartan desbotado. “Agora vão e digam a Mandy que está tudo bem antes que ela traga a casa abaixo.” O uivo estava agora mais alto, assim como as reações histéricas de Mandy. Pela sua expressão, Fanny parecia prestes a juntar-se a eles.

N do T. 1) “ban-sidhe” ou “banshee” é um termo atribuído a um espírito feminino do folclore gaélico com poderes premonitórios de morte na família. 2) “Moran taing” significa “obrigado” em gaélico

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 30/06/2015

 

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