Comic-Con: Ronald D Moore fala sobre as temporadas 3 e 4, sobre Diana Gabaldon, as mudanças na SDCC…
Por Dominic Patten | 21 de julho de 2017
Alerta de spoiler: esta matéria contém detalhes das próximas temporadas de Outlander
“É um ano de muitas mudanças na série,” diz o produtor de Outlander, Ronald D Moore, sobre a terceira temporada do drama da Starz baseado nos bestsellers de Diana Gabaldon.
Com estreia prevista para o dia dez de setembro nos canais premium, esta temporada de 13 episódios com Caitriona Balfe e Sam Heughan viajando no tempo, apresenta recém-nascidos, vidas passadas, sofrimentos e reencontros em viagens pelo mar e através dos tempos, na série que conhecemos como simplesmente Outlander. Neste ano, além de participar de um painel com Battlestar Galactica no dia de ontem, hoje vemos Moore de volta ao Ballroom 20 com Balfe, Heughan, e outras estrelas como Tobias Menzies, Sophie Skelton e Richard Rankin, e alguns amigos da produtora Maril Davis.
Antes do painel de hoje, Moore conversou comigo sobre a nova temporada que é baseada em Voyager, o terceiro de uma série de oito livros (até agora) escritos por Gabaldon, as direções que a série vai tomar e onde tudo pode terminar. Ele também falou sobre a possibilidade de participar de um revival de Galactica e o quanto a SDCC mudou desde que começou a participar do evento.
DEADLINE: Com a estreia da terceira temporada dentro de dois meses, qual é, na sua opinião, a temática desta nova temporada de Outlander?
Moore: É uma temporada de transição. Veja, a franquia toma um novo rumo a partir deste ponto porque, não é um grande spoiler mas, essencialmente, a série será realocada nas colônias amerianas a partir de agora. Eles sempre terão um pé na Escócia, porque sermpre há uma parte da história que continuará na Escócia, mas Claire e Jamie e também sua família realmente se mudam para a América do Norte e fundam uma vila chamada Fraser’s Ridge, que fica nas montanhas da Carolina do Norte e é onde o resto da temporada acontece.
Então, este é um ano muito importante porque estamos abandonando um set de gravações e literalmente viajando através do Oceano Atlântico. Você vê, nós fomos para o sul e filmamos nos navios Black Sails e nos estúdios da África do Sul para aquela parte da história, e depois fomos para o Caribe e, finalmente, para as colônias na América. Este é um ano de grandes mudanças na série.
DEADLINE: Uma outra mudança para vocês é que a terceira temporada de Outlander estreia no meio de setembro, enquanto a primeira temporada estreou em agosto de 2014 e a segunda em abril de 2016. Como a série será afetada com o estabelecimento de uma data para estreia, mais especificavemente a produção da série?
Moore: Não muda em nada a dinâmica da série. Estou certo de que a Starz poderia falar mais sobre o calendário e como isso afetará as ações de marketing e esse tipo de coisas, mas em termos de criação, o fato não afeta a série. Estamos tentando lançar uma temporada por ano, e esperamos poder estabelecer o outono para as estreias daqui para a frente. É verdade que estamos sobrecarregando a produção mas é porque acreditamos que os fãs gostariam de ter um lançamento anual no lugar de uma data transitória.
DEADLINE: A estreia no outono será, então, um padrão para Outlander?
Moore: Veja, não há nenhuma garantia mas nós vamos fazer de tudo para que as estreias aconteçam no outono a partir de agora. Tem sido difícil porque demoramos muito para fazer as filmagens. A logística é muito complexa. É uma série de época que viaja e vai para países e continentes diferentes, sem estúdios permanentes, e demora muito para produzir tudo isso. Nós não queremos fazer economia com a produção da série, mas também queremos que o público possa contar com uma estreia por ano.
DEADLINE: Falando sobre os bastidores, a Diana Gabaldon escreverá um episódio ou dois na terceira temporada como escreveu na segunda?
Moore: Ela não escreveu nenhum episódio nesta temporada. Ela está escrevendo um novo livro e está muito entretida com o trabalho. Por trás das câmeras, muitas pessoas do time retornaram. Nós tivemos algumas mudanças entre os roteiristas. Na verdade, nós aumentamos o número de roteiristas porque estamos trabalhando em ritmo acelerado e precisamos de alguns para começar a escrever a quarta temporada enquanto ainda produzimos a terceira.
DEADLINE: Com base nesta nova temporada e na próxima, por quanto tempo você acredita que a série vai existir?
Moore: Bem, a Diana ainda está escrevendo os livros, então eu diria que a série vai existir pelo tempo que ela continuar a escrever histórias interessantes. Os livros ainda fazem muito sucesso. O enredo ainda envolve as pessoas, e eu acredito que isso ainda vai durar muito tempo.
DEADLINE: É assim que você sempre enxergou a série? Quando dirigiu a série pela primeira vez, você imaginava que teria cinco temporadas, seis …?
Moore: Desde o início, eu sabia que os livros teriam uma sequência e que era uma saga em aberto, então, eu já tinha isso na minha mente. Sério, até o dia em que a Diana decidir qual será o final da história, eu vejo a série continuando em frente. E também enquanto o público tiver interesse em seguir com a gente, porque dá a sensação de que a história é muito longa e as pessoas poderiam se perder ao longo dos anos.
DEADLINE: Aliás, no ano passado Outlander não esteve presente na Comic-Con, mas você estava aqui. Como você se sentiu?
Moore: Foi estranho porque participei durante tantos anos seguidos com Galactica. Então, depois de um tempo, eu me acostumei com o fato de simplesmente estar aqui, e com Outlander, foi estranho não participar. Eu fiz alguns painéis menores, mas nada oficial. Veja, você se acostuma e sente falta das salas maiores, sente falta dos fãs, do elenco e tudo mais, porque este evento já faz parte do calendário anual de todos.
DEADLINE: Você participou de um painel da Comic-Con com Galactica este ano, semelhante ao da ATX no começo do ano. É claro que você está ocupado com Outlander mas a reação dos fãs torna claro que eles ainda têm apetite para Galactica. Você faria mais alguma coisa, uma série limitada, por exemplo?
Moore: (risos) Eu acho que a série disse tudo o que precisava ser dito, e é isso. Eu não deixei a porta aberta para um reencontro. Se você faz isso, você teria que continuar a história de onde paramos e, A) não há mais Battlestar Galactica e, B) todos estão na terra e não há mais espaçonaves. A ideia seria completamente diferente e não seria mais Battlestar Galactica.
Agora, pelo clima que encontramos aqui, com certeza eles vão relançar a série em algum momento. Alguém vai relançar e eles vão fazer uma nova adaptação, assim como fizemos com a série original. Então, veja, eu não posso ser arrogante e dizer que não concordo com a ideia de alguém querer modificar esta série, porque ela em si já é um remake.
DEADLINE: Vocês tomaram conta da Ballroom 20 esta semana, tantos anos depois do final de Galactica. Como você se sente?
Moore: Isso é ótimo e tem muito valor para todos nós, porque quando estávamos produzindo a série, nós estávamos sempre com medo do seu cancelamento. Então, alguns de nós desenvolveram essa mentalidade de, você sabe, provar que estávamos certos. Um dia, eles irão nos amar. Não importa quem está nos assistindo hoje, nós vamos continuar. A série deixará um legado, espere para ver. Então é muito bom ver que tudo isso é verdade e que nós, sim, nós construímos um legado. Veja, as pessoas realmente nos amam agora e a série era realmente boa.
DEADLINE: Você já é um veternano na Comic-Con e eu tenho que perguntar: olhando agora, para 2017, como o evento mudou desde a primeira vez que você participou?
Moore: Parece que toda a cidade virou uma Comic-Con. Eu acho que na primeira vez, eu me lembro de que a feira ainda não havia ultrapassado os limites do centro de convenções. Talvez tenha, mas eu não sabia disso. Agora, a cada ano eu sinto que não dá para ficar maior e eles simplesmente não podem colocar mais pessoas aqui e daí, no ano seguinte, eu fico abismado com o tamanho da convenção.
Eu me lembro bem de um ano quando eu estava lá embaixo com Galactica. Nos primeiros anos, a convenção tinha um apelo mais sci-fi, era muito mais guiada por esse gênero, como se fosse uma enorme convenção de ficção científica. E em um outro ano, eu olhei ao redor e vi um quiosque do The Office. Eu pensei, Ok, alguma coisa mudou, porque enquanto você está aqui embaixo promovendo The Office, você realmente quebrou o padrão de tudo isso e a convenção vai se tornar uma coisa totalmente diferente. E se tornou.
Tradução: MARIA APARECIDA MELLO FONTES
Fonte: Deadline
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Veja os trailers da nova temporada abaixo: