Daily Line: Segundo Domingo do Advento
POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana
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Este é o Segundo Domingo do Advento. Este é o momento onde o mundo se volta para a escuridão. É quando esperamos em uma contemplação silenciosa, ouvindo o canto longínquo das estrelas e as batidas silenciosas do coração da Eternidade.
[Trecho de VÁ DIZER ÀS ABELHAS QUE PARTI, Copyright 2019 Diana Gabaldon (NÃO, ainda não está terminado. Em breve. Direi quando.)]
Rachel sentiu-se emocionada ao tocar no assunto – a guerra – em geral, durante o Encontro. Jamie quase sempre vinha, mas raramente falava. Ele entrou em silêncio e sentou-se em um banco traseiro, cabeça baixa, ouvindo. Ouvindo como qualquer Irmão o faria, o silêncio e sua luz interior. Quando, de tempos em tempos, as pessoas se sentiam movidas pelo espírito a falar, ele também as ouvia com atenção, mas observando o distanciamento estampado no seu rosto nessas ocasiões, ela achava que a mente dele ainda estava só, em uma busca silenciosa e persistente.
“Eu suponho que o jovem Ian não tenha falado muito sobre os católicos”, ele disse a ela uma vez durante uma pausa depois do Encontro, quando ele lhe entregou um pouco de lã que trouxera de Salem.
“Só quando eu pergunto”, ela disse com um sorriso. “E você sabe que ele não é um teólogo. Acho que Roger Mac sabe mais sobre crenças e práticas católicas. Você que me dizer alguma coisa sobre os católicos? Eu sei que você deve se sentir em menor número a cada Dia Primeiro.”
Ele sorriu com a ideia o que fez o coração dela se alegrar ao vê-lo feliz. Ele estava sempre tão perturbado nos últimos tempos, e não é de se admirar.
“Não, moça. Deus e eu nos damos bem o suficiente por nós mesmos. Só que quando venho na sua Reunião, às vezes me lembro de uma coisa que os católicos fazem de tempos em tempos. Não é nada formal, mas a pessoa deve sentar-se por uma hora antes do Sacramento. Eu o fazia de vez em quando enquanto era jovem, em Paris. Nós chamamos isso de Adoração.
“O que se faz durante essa hora?” Ela perguntou curiosa.
“Nada em particular. Uma oração, na maior parte do tempo. Ou sentar em meditação. Ler, talvez, a Bíblia ou os escritos de algum santo. Eu já vi gente cantar, às vezes. Lembro-me de uma vez, entrando na Capela de São Sebastião nas primeiras horas da manhã, muito antes do amanhecer, quase todas as velas já tinham sido queimadas, quando ouvi alguém tocando violão, cantando. Muito suave, sem tocar para ser ouvido, você sabe. Apenas.. cantando diante de Deus.
Algo estranho passou pelos seus olhos com a lembrança, mas ele sorriu para ela novamente, um sorriso triste.
“Acho que essa é a última música que realmente me lembro de ouvir.”
“O quê?”
Ele tocou a parte de trás da cabeça por um momento.
“Fiquei impressionado com a batida, muitos anos se passaram. Eu vivi, mas nunca mais ouvi música. As flautas, os violinos, a cantoria… Eu sei que é música, mas para mim não é nada além de barulho. Mas, aquela música… eu não me lembro da música em si, mas sei como me senti ao ouvi-la.”
Ela nunca tinha visto aquele olhar no rosto dele como quando ele falou com ela sobre a música, mas de repente ela sentiu o que ele havia sentido nas profundezas daquela noite distante e entendeu por que ele encontrava a paz em espaços silenciosos.
Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 8/12/2019
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