Daily Line: O sono dos justos
POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana
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William, apesar de no fundo do coração admitir para si mesmo que se tratava de simples obstinação (embora passasse pela sua consciência tratar-se de honestidade e orgulho – de uma natureza chocantemente republicana, mas ainda assim, orgulho), tinha continuado a usar as roupas que vestia quando chegou à Savannah, embora o criado de Lorde John as levassem embora todas as noites para escová-las, lavá-las ou remendá-las antes de devolvê-las pela manhã.
Entretanto, naquela manhã em particular, William acordou e viu um terno de veludo cinza escuro com um colete de seda ocre bordado com muito bom gosto, com pequenos besouros em cores variadas, cada um deles com minúsculos olhos vermelhos. Novas meias de linho e seda haviam sido colocadas ao lado do terno, mas seu kit de ex-militar havia desaparecido, exceto pelas botas de má reputação que pareciam um sinal de recriminação ao lado do lavatório, com seus arranhões e cicatrizes envergonhando a novidade clandestina.
Ele parou por um momento, vestiu o roupão que o pai havia lhe emprestado – de fina lã azul, deixando mais confortável a manhã fria – lavou o rosto e desceu para o café.
O pai e Amaranthus já estavam sentados à mesa, ambos parecendo que tinham sido desenterrados no lugar de apenas despertados de suas camas.
“Bom dia,” disse William bem alto e sentou-se. “Onde está o senhor Cinnamon?”
“Em algum lugar com Trevor,” respondeu Amaranthus, piscando ainda sonolenta. “Que Deus o abençoe.”
“O pequeno demônio gritou durante toda a noite,” disse Lorde John enquanto empurrava um pote de mostarda na direção de William. “O arenque já está vindo,” ele disse, evidentemente explicando o porquê da mostarda. “Você não ouviu?”
“Ao contrário de algumas pessoas, dormi o sono dos justos,” disse William enquanto passava manteiga em um pedaço de torrada. “Não ouvi nada.”
Os pais do menino o olharam desconfiados por cima do apoio de torradas.
“Eu vou colocá-lo na sua cama hoje à noite,” disse Amaranthus tentando ajeitar seus cabelos desarrumados. Vamos ver quão justo você vai se sentir ao amanhecer.”
Um cheiro forte de bacon defumado adocicado vinha dos fundos da casa e os três sentaram-se imediatamente quando o cozinheiro trouxe a generosa bandeja de prata contendo não apenas bacon mas também linguiça, chouriço e cogumelos grelhados.
“Elle ne fera pas cuire des tomates,” disse o senhorio com um ligeiro encolher de ombros. Ela não vai cozinhar os tomates. “Elle pense qui’ils sont toxiques.” Ela acha que são venenosos.
“La facon dont elle les cuisine, elle a raison,” Amaranthus murmurou em bom francês mas com um sotaque estranho. Do jeito que ela cozinha os tomates, ela está certa.
(Trecho de VÁ DIZER ÀS ABELHAS QUE PARTI, Copyright 2019 Diana Gabaldon. Obrigada, Toni Melrose pela adorável foto de uma abelha (e meus sinceros agradecimentos a todos vocês que me enviam dúzias dessas fotos adoráveis – eu gostaria de poder postar todas elas (talvez eu monte uma galeria de fotos de abelhas…?)
Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 21/08/2019
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