4ª Temporada,  Série

Livro vs Série – 4×13 – Man of Worth

Queridas Sasses, queridos Highlanders, chegou o tão aguardado e temido episódio final da quarta temporada de Outlander! E esse foi um final com muitas adaptações. Se você está aqui, pois não leu os livros e tem curiosidade de saber mais, provavelmente amou tudo, agora se você leu os livros, pode ter sentido falta algumas pequenas coisas, ou muitas, depende do ponto de vista (acreditem esse episódio gerou debates). Como sempre vamos nos concentrar nas principais mudanças narrativas da série. Ah! Esse texto pode conter micro spoilers da quinta temporada, mas vamos deixar isso para o final, e eu aviso quando chegar lá, pode deixar.

Vamos começar do começo, o vilarejo moicano. Houve toda uma adaptação do que acontece no livro, principalmente para adequar a narrativa adotada pela série, mas a essência se manteve. Na série, eles chegam, tentam a troca, são expulsos, fazem “amigos” devido ao cordão da Claire, criam confusão, então propõe a troca para libertar Roger. No livro, tudo acontece de forma um pouco diferente. Se vocês leram o livro vs série passado, lembram que falamos que Roger é aprisionado com o padre, pois os Frasers estão negociando sua liberdade. A confusão que acontece na realidade é morte do padre, e o sacrifício de sua amada, que deixa sua filha nos braços de ninguém menos que Claire. Na confusão, Roger tenta escapar, e acaba matando um dos guardas, e é preso novamente, e logo ganha um novo companheiro, Jaime. Claire os encontra mais tarde. Por ter havido perda de uma vida, ela diz os moicanos só libertariam Roger se tivessem outro em seu lugar, Jaime considera ficar, porém eles passam horas presos na cabana, e quando alguém vem vê-los é Ian, já de cabelos raspados e com a pele tatuada. Outra pequena diferença é que ele tinha uma crush moicana, que o ajudou nas negociações. Confira o trecho da despedida de Ian, cujas as falas foram bem fiéis na série, e sua cerimônia na tribo, essa também é diferente.

Outlander - Season 4

— Ian? É você?

— Sim, tio. Sou eu.

Sua voz soou estranha, ofegante e instável. Ele entrou na luz do buraco de ventilação e eu soltei o ar numa arfada, como se tivesse levado um soco no estômago.

Seus cabelos tinham sido arrancados dos lados do crânio; os que restavam estavam em pé, num tufo espesso, como uma crista de galo, um longo rabo-de-cavalo caído pelas costas. Uma das orelhas havia sido recentemente perfurada e exibia um brinco de prata.

Seu rosto fora tatuado. Linhas duplas, pontilhadas, em forma de meia-lua, alguns dos minúsculos pontos pretos ainda com uma gotícula seca de sangue, corriam em suas maçãs do rosto, encontrando-se na ponte do nariz.

— Eu… não posso me demorar muito tempo, tio — Ian disse. Estava pálido, sob as linhas da tatuagem, mas empertigado. — Eu disse a eles que precisavam me deixar vir aqui para me despedir.

Os lábios de Jamie estavam exangues.

— Santo Deus, Ian — ele murmurou.

— A cerimônia para me dar um nome será esta noite — Ian disse, tentando não olhar para nós. — Dizem que depois disso eu serei um índio e não devo falar nenhuma língua a não ser o Kahnyen’kehaka. Não poderei falar novamente em inglês, nem em gaélico. — Sorriu penosamente. — E eu sei que você não fala bem o moicano.

— Ian, não é possível que você esteja fazendo isso!

— Já fiz, tio Jamie — Ian disse serenamente. Então, olhou para mim.

— Tia. Pode dizer a minha mãe que eu não a esquecerei? Meu pai saberá, eu acho.

— Oh, Ian! — Abracei-o com força e seus braços rodearam-me delicadamente.

— Vocês podem partir pela manhã — ele disse a Jamie. — Não vão impedi-los.

Soltei-o e ele atravessou a cabana até onde Roger estava parado, perplexo. Ian estendeu-lhe a mão.

— Lamento o que fizemos com você — ele disse serenamente. — Você cuidará bem da minha prima e da criança?

Roger apertou sua mão. Limpou a garganta e recuperou a voz.

— Sim — ele disse. — Eu prometo. Então, Ian virou-se para Jamie.

— Não, Ian — ele disse. — Meu Deus, não, garoto. Deixe que seja eu! Ian sorriu, embora seus olhos estivessem rasos de lágrimas.

— Você me disse uma vez que minha vida não estava destinada a ser desperdiçada — ele disse. — Não será. — Estendeu os braços. — Eu também não o esquecerei, tio Jamie.

Eles levaram Ian para a margem do rio, pouco antes do pôr-do-sol.

Ele despiu-se e entrou na água gelada, acompanhado por três mulheres, que mergulhavam e o golpeavam, rindo e esfregando-o com punhados de areia. Rollo corria para cima e para baixo pela margem do rio, latindo furiosamente, depois mergulhou no rio e uniu-se ao que ele obviamente via como brincadeira, quase afogando Ian no decurso da cerimônia.

Todos os espectadores que se alinhavam na margem acharam a cena hilariante — salvo os três brancos.

Depois que o sangue branco fora assim, de uma maneira ritual, lavado do corpo de Ian, outras mulheres o secaram, vestiram-no com roupas limpas e o levaram para a cabana do Conselho para a cerimônia da escolha do nome.

Todos se aglomeravam no interior da cabana comunal. A aldeia inteira estava lá. Jamie, Roger e eu permanecemos silenciosamente em um canto, observando enquanto o sachem cantava e falava acima dele, os tambores soaram, o cachimbo foi aceso e passado de mão em mão. A jovem que ele chamava de Emily permanecia de pé a seu lado, os olhos brilhando ao olhar para ele. Eu o vi olhar para trás, para ela, e a luz que iluminava seus próprios olhos ajudou um pouco a minorar a tristeza em meu coração.

Chamaram-no de Irmão do Lobo. Seu irmão lobo sentava-se, ofegante, aos pés de Jamie, observando os acontecimentos com interesse.

Ao final da cerimônia, um silêncio recaiu sobre a multidão e, nesse momento, Jamie deu um passo à frente. Todas as cabeças se voltaram para ele quando se aproximou de Ian, e eu vi mais de um guerreiro retesar-se em desaprovação.

Ele desabotoou o broche de seu xale, tirou o cinto que o prendia e estendeu o xale vermelho e manchado de sangue sobre o ombro do sobrinho.

— Cuimhnich — ele disse serenamente, e recuou. — Lembre-se.”

Vamos agora para River Run, como muitas das histórias que no livro são intercaladas na série foram separadas, o tempo da viagem ficou muito extenso, logo não houve como os Frasers voltarem para presenciar o nascimento do neto. No livro é bem diferente. Eles chegam bem a tempo, no limite, e Claire é quem faz o parto da filha. (Essa, meus amigos, é cena que essa pessoa que vos escreve mais sentiu falta). Confira o trecho do parto:

Outlander Season 4 2018

A contração diminuiu de intensidade e ela respirou fundo, a cor voltando ao seu rosto.

Jamie olhou dela para mim, a testa franzida de preocupação. Deu um passo hesitante na direção da porta.

— Acho que é melhor eu ir, então, se você…

— Não me deixe!

— Mas é que… você tem sua mãe e…

— Não me deixe! — ela repetiu. Agitada, inclinou-se e agarrou o braço dele, sacudindo-o para dar ênfase. — Você não pode! Você disse que eu não iria morrer. — Ela olhava intensamente o rosto dele. — Se você ficar aqui, tudo vai dar certo. Eu não morrerei. – Ela falou com tamanha intensidade que eu senti um repentino espasmo de medo contrair minhas

entranhas, forte como as dores do parto.

Ela era uma jovem grande, forte e saudável. Não deveria ter grandes problemas para dar à luz. Mas eu era bastante larga e também saudável — e vinte e cinco anos antes, eu perdera uma criança, natimorta aos seis meses, e eu mesma quase morri. Eu poderia protegê-la de febre puerperal, mas não havia defesa contra uma hemorragia súbita; o melhor

que eu poderia fazer em tais circunstâncias seria tentar salvar a criança por meio de uma cesariana. Eu resolutamente mantive os olhos fora da arca onde a lâmina esterilizada estava pronta, por precaução.

— Você não vai morrer, Bri — eu disse. Falei tão suavemente quanto pude e coloquei a mão em seu ombro, mas ela deve ter sentido o medo sob a minha fachada. Seu rosto se contorceu e ela agarrou minha mão, com tanta força que os ossos roçaram uns nos outros. Ela fechou os olhos e respirou pelo nariz, mas não gritou.

Ela abriu os olhos e olhou diretamente para mim, as pupilas dilatadas, parecendo que olhava além de mim, para um futuro que somente ela podia ver.

— Se eu morrer… — ela disse, colocando a mão na barriga volumosa. Sua boca se mexeu, mas o que quer que estivesse tentando dizer, não conseguiu.

Em seguida, pôs-se de pé com grande esforço, apoiando-se pesadamente emjamie, o rosto escondido em seu ombro, repetindo:

— Papai, não me deixe, não me deixe.

— Não vou deixá-la, a leannan. Não tenha medo, estou aqui com você. — Passou o braço ao seu redor, olhando desamparadamente para mim por cima da cabeça de sua filha.

— Ande com ela — eu disse para Jamie, vendo-a inquieta. — Como faz com um cavalo com cólica — acrescentei, quando ele me olhou sem compreender.

Isso a fez rir. Com o ar cauteloso de um homem que se aproxima de uma bomba armada, ele passou o braço pela cintura dela e conduziu-a lentamente pelo quarto. […]

Após quase uma hora caminhando pelo quarto, ela estancou, paralisada, no meio do quarto, agarrando o braço de Jamie e respirando pelo nariz como um cavalo depois de uma corrida de quatro quilômetros.

— Quero me deitar — ela disse.

Phaedre e eu tiramos seu vestido e a acomodamos na cama com sua combinação. Coloquei as mãos na enorme protuberância de sua barriga, maravilhando-me com a absoluta impossibilidade do que já havia acontecido e do que estava prestes a acontecer. […]

— Papai! — Brianna estendeu a mão cegamente, debatendo-se quando uma contração a pegou desprevenida. Jamie precipitou-se para a frente e tomou sua mão, apertando-a com força.

— Estou aqui, abheanachd, estou aqui.

Ela respirou com força, o rosto vermelho e brilhante, depois relaxou e engoliu em seco.

— Quanto tempo? — ela perguntou. Estava de frente para mim, mas não olhando para mim; ela não estava olhando para nada no mundo exterior.

— Não sei. Mas acho que não vai demorar muito mais. — As contrações sobrevinham a cada cinco minutos aproximadamente, mas eu sabia que podiam continuar assim por muito tempo ou se acelerarem abruptamente; simplesmente não havia como prever. […]

De repente, ela soltou-o e sentou-se ereta na cama, agarrando os joelhos, o rosto roxo do esforço, empurrando.

— Agora, vamos — eu disse. Empilhei os travesseiros rapidamente atrás dela, fiz com que recostasse na cabeceira da cama, chamei Phaedre para segurar o castiçal para mim. […]

Empurrei para trás a barra da combinação e no empurrão seguinte o anel dilatou-se a um tamanho impossível, e uma

cabeça parecida com a de uma gárgula chinesa saltou para fora, com um jato de fluido amniótico e sangue.

Eu me vi cara a cara com uma cabeça branca e maleável e um rosto que parecia um punho fechado, fazendo uma careta para mim com absoluta fúria.

— O que é? É um menino? — A pergunta rouca de Jamie interrompeu meu deslumbramento.

— Espero que sim — eu disse, apressadamente retirando o muco do nariz e da boca. — É a coisa mais feia que já vi. Que Deus ajude se for uma menina.

Brianna fez um ruído que poderia ter começado como uma risada e depois se transformou num enorme grunhido de esforço. Eu mal tive tempo de posicionar meus dedos e virar ligeiramente os ombros largos para ajudar. Ouviu-se um sonoro pop e uma forma comprida e molhada deslizou sobre o cobertor encharcado, contorcendo-se como uma truta em terra.

Peguei uma toalha de linho limpa e enrolei-o — era um menino, o saco escrotal inchado, redondo e roxo, entre as coxas gorduchas — verificando rapidamente seus sinais de Apgar: respiração, cor, atividade… tudo bem. Ele fazia pequenos ruídos furiosos, com curtas explosões de respiração, não realmente chorando, e socando o ar com os minúsculos

punhos cerrados.

Eu o coloquei sobre a cama, uma das mãos na trouxinha enquanto verificava Brianna. Suas coxas estavam manchadas de sangue, mas não havia nenhum sinal de hemorragia. O cordão ainda pulsava, uma cobra espessa e molhada de conexão entre eles.

Ela arfava, deitada sobre os travesseiros espalhados, os cabelos emplastrados nas têmporas, um enorme sorriso de alívio e triunfo no rosto. Coloquei a mão sobre sua barriga, repentinamente flácida. Lá dentro, senti a placenta se soltar, enquanto seu corpo abandonava o último contato físico com seu filho.

— Mais uma vez, querida — eu disse suavemente para ela. A última contração estremeceu sua barriga e a placenta foi expelida. Amarrei o cordão umbilical e o cortei, depois coloquei a sólida trouxinha de seu filho em seus braços. — Ele é lindo — murmurei.

Deixei-a com ele e voltei minha atenção para questões imediatas, mas-sageando sua barriga firmemente para estimular o útero a contrair-se e parar o sangramento. Eu podia ouvir a algazarra de empolgação que se espalhava pela casa enquanto Phaedre descia correndo as escadas para espalhar a notícia. Ergui os olhos uma vez e vi Brianna radiante, ainda sorrindo de orelha a orelha. Jamie estava atrás dela, também sorrindo, as faces molhadas de lágrimas. Ele disse alguma coisa a ela num gaélico rouco e, afastando os cabelos dela do pescoço, inclinou-se para a frente e beijou-a delicadamente, logo atrás da orelha.

— Ele está com fome? — A voz de Brianna era grave e entrecortada, e ela tentou limpar a garganta. — Devo amamentá-lo?

— Experimente. Às vezes, ficam sonolentos logo depois de nascerem, mas às vezes querem mamar.

Ela remexeu na gola de sua combinação e soltou a fita, desnudando um seio alto e cheio. A trouxinha fez pequenos ruídos enquanto ela o virava desajeitadamente em sua direção e seus olhos se arregalaram de surpresa quando a boquinha agarrou-se em seu mamilo com inesperada ferocidade.

— Forte, não é? — eu disse, e só percebi que eu também estava chorando quando senti o gosto do sal de minhas lágrimas que escorriam pelos cantos do meu sorriso.

Outlander Season 4 2018

Dando continuidade, outra adaptação foi o reencontro de Roger com Brianna. Na série foi emocionante, porém breve, e não vimos nenhuma cena em família, e não sabemos o nome do bebê. No livro, quando Roger chega eles já estão na cordilheira. Quem o encontra primeiro é Claire, que o leva para ver Brianna e bebê. Lá ele faz um juramento de sangue que menino é seu filho. No entanto, sua relação com Bree ainda está estremecida, e os dois não tem muito tempo a sós para resolver a questão, algum tempo depois, curado de seus ferimentos, colocam tudo em pratos limpos se reconciliam de vez. Enxergamos a adaptação como um corte infeliz para resumir o episódio. Confira a seguir o trecho a da chegada de Roger a Fraser’s Ridge, até o momento que conhece o filho:

— Fico feliz que seja você — ele disse. — Eu me perguntava quem eu encontraria primeiro. — Sua voz soava fraca e enferrujada e eu me perguntei se ele havia falado com alguma alma viva desde que o deixáramos nas montanhas.

— Seu pé, Roger…

— Não tem importância. — Ele agarrou meu braço. — Eles estão bem? O bebê? E Brianna?

— Eles estão muito bem. Estão todos em casa. — Ele voltou a cabeça para a cabana e eu acrescentei: — Você tem um filho.

Ele virou-se abruptamente para mim, os olhos verdes arregalados de espanto.

— Ele é meu? Eu tenho um filho?

— Creio que sim — eu disse. — Você está aqui, não está? — O olhar de espanto — e esperança, eu percebi — esvaiu-se devagar. Ele olhou dentro dos meus olhos e pareceu ver como eu me sentia, pois sorriu — não com facilidade, não mais do que um dolorido erguer do canto dos lábios —, mas sorriu.

— Estou aqui — ele disse, virando-se para a cabana e sua porta aberta. Jamie estava sentado à mesa, com as mangas da camisa enroladas, ombro a ombro com Brianna, o cenho franzido para uma série de desenhos de casas, enquanto ela apontava com sua pena. Ambos estavam generosamente sujos de tinta, já que se deixavam levar pelo entusiasmo sempre que discutiam arquitetura. O bebê dormia pacificamente em seu berço ao lado; Brianna balançava-o distraidamente com o pé. Lizzie fiava lã junto à janela, cantarolando baixinho enquanto a enorme roda de fiar girava. […]

Eu me esquecera de que ela não tivera a chance de vê-lo tão recentemente quanto nós; devia estar muito diferente do jovem professor de história que a deixara em Wilmington há quase um ano.

Roger deu um passo em sua direção; instintivamente, ela recuou um passo. Ele parou, imóvel, olhando para a criança. Ela sentou-se no banco de amamentar, tateando em seu corpete, inclinando-se protetoramente sobre o bebê. Jogou um xale sobre o ombro e deu-lhe o peito sob o abrigo do xale, e o bebê imediatamente parou de gritar. […]

Roger estendeu a mão para Jamie, a palma para cima, e o gesto não carregava nenhuma insinuação de súplica.

— Acho que não agrada a você tanto quanto não agrada a mim — ele disse, em sua voz rouquenha —, mas você é o meu parente mais próximo. Corte-me. Vim fazer um juramento de sangue.

Não sei dizer se Jamie hesitou ou não; o tempo parecia ter parado, o ar no aposento cristalizado à nossa volta. Então, vi a adaga de Jamie cortar o ar, a lâmina afiada passar rapidamente sobre o pulso magro e bronzeado de Roger, levantando um rastro vermelho e repentino de sangue em seu caminho.

Para minha surpresa, Roger não olhou para Brianna, nem pegou sua mão. Em vez disso, passou o polegar sobre o pulso sangrando e aproximou-se dela, os olhos fixos no bebê. Ela recuou instintivamente, mas a mão de Jamie pousou em seu ombro.

Ela imobilizou-se instantaneamente sob o peso da mão de Jamie, ao mesmo tempo uma promessa de retenção e proteção, mas ela agarrou a criança com força, aninhada contra seu peito. Roger ajoelhou-se diante dela e, estendendo o braço, afastou o xale e desenhou uma cruz grande e vermelha sobre a curva de penugem macia da testa do bebê.

— Você é sangue do meu sangue — ele disse suavemente — e carne da minha carne. Eu o clamo como meu filho diante de todos os homens, deste dia até a eternidade. — Ergueu os olhos para Jamie, desafiadoramente. Após um longo instante, Jamie fez um leve sinal com a cabeça, assentindo, e recuou um passo, retirando a mão do ombro de Brianna.

O olhar de Roger voltou-se para Brianna.

— Como você o chama?

— Nada… ainda. — Seus olhos pousaram nele, inquisitivos. Era evidente que o homem que voltara não era o mesmo que a deixara.

Outlander Season 4 2018

Agora vamos entrar na parte que pode conter spoilers para você que não é leitor, mas são coisas que não irão causar grande impacto em sua experiência. Então se você não deseja saber o nome do bebê, pare aqui. Se você não quer saber onde provavelmente a quinta temporada vai começar, pare também. Mas se tá curioso, boa leitura. 🙂

Anualmente há um grande encontro dos proprietários de terras em uma montanha da Carolina do Norte. É uma espécie de festival, com música, bebidas comércio, e onde muitos têm a oportunidade e realizar cerimônias como casamentos e batizados, já os padres não são comuns na colônia protestante, mas costumam comparecer a festividade. No livro, Jaime havia prometido a tia que participaria da reunião naquele ano, o segundo dele na cordilheira. É na viagem para lá que nome do bebê é escolhido (enfim): Jeremiah, ou Jemmy para íntimos. É o segundo nome de Roger, e também o nome e seu pai.

Na reunião, temos alguns acontecimentos importantes. Lá Jamie e Claire recebem uma carta de Ian, através de John Quincy Myers, que sempre viaja pelas terras indígenas, com notícias de como está sua vida junto aos moicanos. Roger tem uma conversa séria com Jaime, na qual fala sobre o conteúdo de uma carta de Frank, na qual o historiador revelava que sabia a verdade sobre Jaime ter sobrevivido, e tinha tido uma atitude para instigar a investigação se ele realmente havia morrido em Culloden (algo que não existiu na série, teria ocorrido na segunda temporada). Na série, temos apenas Bree comentando sobre o conhecimento do pai. Por fim, temos uma noite de fogueira, em há o chamado dos Clãs, onde todas as famílias respondem, similar ao vimos no Festival Escocês. Esse seria o primórdio daquela tradição. Por que essas cenas cortadas são spoilers? Você se pergunta. Acontece que o quinto livro, Cruz de Fogo, começa no mesmo ponto onde Tambores de Outono parou, ainda na reunião. Ainda temos diversos capítulos se passando no local, cuja trama não vamos abordar agora. Algo aconteceria no quinto livro, nessa reunião, e foi antecipado, foi a convocação de Jaime para milícia. Acredito que a reunião ainda aconteça, mas seja toda focada na quinta temporada, por isso o alerta de spoiler. Assuntos da milícia se iniciam na reunião, é provável que sigam a mesma linha, pois seria o local com a maior a concentração de escoceses da Carolina do Norte, ótimo para Jaime reunir os homens que precisa. Para concluir, deixo vocês com o trecho final do livro, mostrando o chamado dos clãs e certo noivado oficial pós prazo de atar de mãos vencer:

Assembléia como esta, as fogueiras das famílias queimando no escuro, um sinal para todos de que o clã estava presente — e unido. E pela primeira vez compreendi o lema que acompanhava a imagem: Luceo non uro; eu brilho, não queimo.

Logo a encosta da montanha estava viva com fogueiras. Aqui e ali, havia chamas menores, em movimento, conforme o chefe de cada família ou fazenda enfiava um tição no fogo e o trazia para baixo, para acrescentar à pira flamejante no sopé. Do nosso posto no alto da montanha, as figuras dos homens pareciam pequenas e escuras perto da enorme fogueira.

Uma dúzia de famílias já havia se declarado antes de Jamie terminar sua conversa com Gerald Forbes e se levantar. Ele me entregou o bebê, que dormia profundamente apesar de toda a algazarra em volta, e inclinou-se para acender um tição em nossa fogueira. Os gritos vinham lá de baixo, fracos, mas audíveis no límpido ar de outono.

— Os MacNeill de Barra estão aqui!

— Os Lachlan de Glen Linnhe estão aqui!

E após uns instantes, a voz de Jamie, alta e forte no ar escuro.

— Os Fraser de Ridge estão aqui! — Ouviu-se uma breve salva de palmas das pessoas ao nosso redor, assim como haviam feito os seguidores dos outros chefes de família.

Fiquei sentada, tranqüilamente apreciando a sensação do corpinho inerte e pesado em meus braços. Ele dormia com o abandono da total confiança, a boquinha rosada parcialmente aberta, seu hálito quente e úmido na curva do meu seio.

Jamie voltou cheirando a fumaça e uísque, e sentou-se no tronco atrás de mim. Segurou-me pelos ombros e eu recostei-me contra ele, apreciando a sensação de seu corpo atrás do meu. Do outro lado da fogueira, Brianna e Roger conversavam fervorosamente, as cabeças unidas. Seus rostos brilhavam à luz da fogueira, um refletindo o outro. […]

Do outro lado da fogueira, algo cintilou em vermelho. Olhei a tempo de ver Roger levar a mão de Brianna aos lábios; o rubi de Jamie brilhava escuro, em seu dedo, captando a luz da lua e do fogo.

— Então, vejo que ela escolheu — Jamie disse serenamente Brianna sorriu, os olhos no rosto de Roger, e inclinou-se para beijá-lo. Depois, levantou-se, limpando a areia das saias, e inclinou-se para pegar um tição da fogueira. Virou-se e estendeu-o para ele, falando numa voz suficientemente alta para nos alcançar onde estávamos, do outro lado

da fogueira.

— Desça e diga a eles que os MacKenzie estão aqui.

Bem, é só isso tudo por hoje pessoal! Sim, foi muita coisa, mas último episódio merecia uma atenção especial. Mas diz aí pra mim, gostou do episódio? Do que você mais sentiu falta? E muito obrigada a todos que acompanharam o Livro vs Série nessa temporada! Bem vindos a droughtlander!

4 - Os Tambore do Outono VU

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4 Comments

  • Priscilla

    Amei esse livros vs série pq eu também fico assim imaginando quando assisto a série e falo ” ha, mais no livro não está assim…” kkkkk
    Sucesso que continue na 5 temp pfv!!

  • Larissa Artemis

    Gostei sim, mas ao mesmo tempo não. Achei pontos principais corridos, mas teve momentos emocionantes tb… Q venha 2020 logo!

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