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Daily Line: Uma mente teimosa

POSSUI SPOILER DO LIVRO 9 | Leia outros em Trechos da Diana

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“Mas você disse para a Frances, você prometeu a ela que ninguém se aproveitaria dela. E eu poderia jurar que ela acreditou em você!”

“Sim,” disse Jamie calmamente. Ele apanhou um pedaço de bordo e a faca e,  mecanicamente, começou a cortar algumas lascas. “Sim, eu também achava que ela tinha acreditado, ou ao menos esperava que tivesse acreditado.”

Eu me sentei e fiquei quieta enquanto o observava.

“Suponho que tenha sido uma tolice,” eu disse por fim. “Acreditar que garantias e promessas seriam o suficiente. Eu imagino que nós não sabemos da metade do que ela viu, tendo crescido em um bordel como um… um bezerro premiado.”

“E sabendo que estava destinada ao abate?” ele perguntou calmamente. “Sim.”

Nós ficamos em absoluto silêncio, ambos pensando em Fanny. Depois de alguns minutos, as mãos de Jamie retomaram o trabalho vagarosamente e, pouco depois, ele olhou para mim.

“Quantas vezes você me disse que Jack Randall estava morto, Sassenach? Quantas vezes eu disse a mim mesmo?” As aparas de madeira caíam em pequenos espirais perfumados aos redor dos seus pés. “Alguns fantasmas não te abandonam tão facilmente, e você sabe muito bem que é a irmã de Frances quem a está assombrando.

“Suponho que você esteja certo,” eu disse tristemente. Não foi bem um arrepio que senti quando pensei em Jane, mas uma sensação gelada que parecia penetrar na minha pele. “Mas, certamente existe alguma coisa que podemos fazer para ajudar?”

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“Espero que sim.” Ele colocou de lado o pedaço limpo de madeira e inclinou-se para varrer as lascas para cima de uma folha de papel. “Se tivéssemos um padre ao nosso alcance, eu encomendaria uma missa pela alma da irmã dela, só para começar. Se conseguir encontrar alguma em Wimington, vamos fazer isso. Se não conseguirmos… conversarei com Roger sobre isso.” Ele torceu a boca ironicamente.

“Ouso dizer que os Presbiterianos não acreditam em exorcismo, ou em orações para os mortos. Mas ele é um homem perspicaz e de bom coração; ele pode usar qualquer outro nome, mas vai saber do que estou falando, e ele pode falar com Frances e rezar por ela, tenho certeza.”

Ele sacudiu as lascas de madeira na fogueira e elas se incendiaram imediatamente, curvando-se no seu próprio brilho e produzindo uma fumaça limpa e doce. Eu me aproximei dele e fiquei observando a madeira queimando enquanto colocava minhas mãos nos seus ombros, quentes e fortes sob os meus dedos. Ele virou a cabeça para trás e suspirou, fechando os olhos enquanto relaxava com o calor. Eu inclinei minha cabeça e beijei seus cabelos no alto da sua cabeça.

“Mmphm,” disse ele, e estendeu a mão para pegar a minha. “Sabe, também pode não funcionar por outra razão.”

“Qual?”

“A teimosia de uma mente que não quer esquecer.” Ele apertou minha mão e olhou para mim. “Enquanto estávamos separados, quantas vezes você disse para você mesma que eu estava morto, Sassenach?” ele perguntou com suavidade. “Quantas vezes você tentou me esquecer?”

Eu permaneci imóvel com a mão envolvendo a mão dele até que estivesse pronta para falar.

“Todos os dias,” eu sussurrei. “E nunca.”

Fonte: Diana Gabaldon
Data de publicação: 08/06/2016

 

 

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